HÁ UMA FÁBRICA “FANTASMA” EM MIDÕES

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ABANDONADA HÁ MAIS DE UMA DÉCADA, CONSTITUI UM ATENTADO À SAÚDE PÚBLICA

Há uma fábrica “fantasma” em Midões que tem provocado um justificado receio da parte dos moradores vizinhos devido ao estado de evidente degradação em que se encontra: trata-se da antiga empresa têxtil, que já foi “Cabasul”, e, mais tarde, designada “Socotebal”, que se declarou insolvente.

  O estado de abandono das suas instalações e área envolvente é uma evidência, sendo o local pasto de toda a espécie de bicharada (ratos e ratazanas) que se espalham pelas residências vizinhas, além do matagal, cada vez mais volumoso e que ameaça “submergir” a própria estrada que passa ao lado, constituindo um autêntico “barril de pólvora” em termos de propagação de um foco de incêndio numa época propícia à deflagração desse tipo de sinistros.

  Estão, assim, reunidas as condições para considerar extarmos na presença de um perigo público, um fato que não parece preocupar quem, por direito, deveria zelar pelo bem das populações – referimo-nos à Junta de Freguesia local e à Câmara Municipal de Tábua que têm fechado os olhos, há mais de uma década, a resolução desta situação. Ao que tudo indica, não se conhecem detetar os paradeiros dos atuais proprietários e, assim, torna-se difícil notificá-los para o caso de uma intervenção por expropriação, dados os evidentes riscos para o bem-estar da população.  

 A história desta “fábrica fantasma” dura há pelo menos treze anos, quando, em junho de 2010, o Grupo Parlamentar do PCP recebeu uma denúncia relacionada com várias irregularidades que “alegadamente tinham vindo a ser cometidas, através de sucessivos pedidos de insolvência e retoma de produção através das mesmas entidades patronais, recorrendo aos mesmos equipamentos e, inclusivamente, a trabalhadores anteriormente despedidos, na freguesia de Midões, concelho de Coimbra”. E citaram a empresa, “que já foi “CABASUL”, com a designação “Socotebal” até há 4 anos, quando se declarou insolvente”.

  Refere o PCP, que “à data, terá circulado a notícia, alegadamente veiculada pelo patrão, da reabertura da fábrica no mesmo sítio, mas agora com nova designação – “SAMLA”. E, de facto, a empresa reabriu com esta designação cerca de meio ano depois, nas mesmas instalações, tendo solicitado as mesmas trabalhadoras ao centro de emprego, que tinham ficado sem emprego e sem os direitos inerentes relativamente à antiguidade, salários, entre tantos outros direitos laborais”.
   “Esta fábrica, SAMLA, sempre teve bastante trabalho e, novamente, foi requerida a sua insolvência (http://www.insolvencia.pt/insolvencias/603-insolvente-samla-teis-lda.html) sendo que vários testemunhos afirmam que terá encerrado por má gestão, sendo que cerca de 60 trabalhadoras estão com salários em atraso desde Dezembro de 2009, tendo sido obrigadas a recorrer recentemente à suspensão dos seus contratos de trabalho para poder usufruir de algum rendimento”, sublinhavam os deputados comunistas.

 O Grupo Parlamentar do PCP solicitou várias informações sobre essa empresa ao Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social, nomeadamente, se teria conhecimento da situação relatada e se teria sido feita uma inspeção por parte da ACT. Desconhecemos qual o resultado dessa diligência feita por aquele grupo parlamentar. O que se vê – e as fotos atestam-no de uma forma inquestionável – é que a fábrica está ao abandono constituindo um risco para a população de Midões.

Texto: José Leite

Fotos: Nuno Pereira

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