JORNALISTA DE “ O TABUENSE” IMPEDIDO DE ASSISTIR À ASSEMBLEIA GERAL DA SANTA CASA DA MISERICÓRDIA

A COMUNIDADE TABUENSE TEM O DIREITO DE SABER O QUE SE PASSA NO LARGO DA SILHADA

  O jornalista de “o Tabuense” que assina este texto foi impedido de assistir à assembleia ordinária da Santa Casa da Misericórdia de Tábua que se realizou na noite da passada segunda-feira no CCT. Antes da reunião se efectuar, o Presidente da Mesa da Assembleia Geral, António Cavaleiro Artur, acercou-se do jornalista e apontou-lhe a porta de saída, pois ”nos termos do Compromisso, apenas podiam estar presentes na sala os Irmãos”, referindo, alto e bom som, que se eu persistisse em não sair, isso impediria o início da sessão.

  Ou seja, a Provedora e mandatária nas últimas eleições pelo PS, Sandra Mêna, o vice-presidente da instituição, Ricardo Cruz, e o Presidente da Mesa da Assembleia Geral, António Cavaleiro Artur, mostraram-se coniventes em calar o jornal e quem ali o representava, não fosse surgir algo inconveniente na praça pública, contrariando uma prática habitual do anterior Provedor, Capitão Ferreira Marques, esse sim, um verdadeiro democrata, um homem de abril, que, apesar das críticas que lhe fizemos, nunca se opôs e até fazia questão que estivéssemos presentes nos plenários dos irmãos da SCMT.

  Mas algo de passa no interior da instituição e que está a pôr tanta gente nervosa. Será que este clima de “stress” se relaciona com uma certa carta anónima que por aí circula e que nos fizeram chegar, pondo em causa a gestão em curso na Santa Casa da Misericórdia? Será que se temia que o assunto fosse aflorado no decorrer dessa reunião e havia necessidade de acautelar os “estilhaços” que o tema pudesse provocar?

  Uma atitude incompreensível até pelo facto de este jornal publicar, amiúde, as convocatórias para estas assembleias gerais da SCMT, como foi o caso desta, algumas enviadas mesmo em cima do fecho da edição, mas esse facto nunca nos impediu de as publicar. 

  Silenciar jornalistas é uma prática habitual nos países ditatoriais – basta lembrar o que acontece na Rússia de Putin em que se fecham jornais e se mandam prender elementos da comunicação social por ousarem contestar o sistema  autocrático imposto. É claro que em Tábua e no país, onde impera o poder absoluto do PS, ainda não se chegou a tal ponto. Mas os maus exemplos aconteceram no passado – tiveram lugar no chamado Estado Novo em que havia censura e durante o Governo de Sócrates houve o caso Manuela Moura Guedes, afastada da TVI – e esses maus hábitos, pouco democráticos, podem voltar a acontecer no presente.

  Há que estarmos atentos e vigilantes.

Texto: José Leite

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