A OUTRORA ILUSTRE CASA DE LINHARES É AGORA UM PERIGO PÚBLICO

HÁ DOIS ANOS, A GNR ALERTOU A CÂMARA PARA O RISCO NA SEGURANÇA DAS PESSOAS E BENS…

Foi propriedade de gente ilustre e fidalga de Ázere, albergou uma mercearia no rés-do-chão, mas agora é um perigo público. Ignorada pelos poderes de quem deve zelar pela segurança dos cidadãos, ameaça ruir a qualquer momento e, de vez em quando, há telhas que se soltam e  perigosamente tombam no chão. Que o diga o azerense Amílcar Castanheira Luís que viu uma delas tombar na viatura que conduzia na Rua da Fonte Velha. Mas os perigos resultam, também, do denso arvoredo que invade casas limítrofes, que chega a envolver fios elétricos, constituindo, por isso, um perigo iminente em caso de curto-circuito podendo fazer eclodir um inesperado incêndio que poderá afetar as casa vizinhas onde moram pessoas. Ainda em transe pelo sucedido, sabemos que Amílcar Castanheira chamou os bombeiros e a Proteção Civil que ocorreram ao local, limitando-se, mais tarde, a cortar parte da vegetação e tirar algumas telhas mais periclitantes.

 O certo é que os alarmes há muito tempo que foram lançados e mereceram a atenção das autoridades. No caso, o Destacamento Territorial da GNR da Lousã, Núcleo de Proteção Ambiental, que depois de enviar uma patrulha ao local, encaminhou para a Câmara Municipal um documento de alerta para a situação de abandono e degradação do imóvel. “O telhado encontra-se em elevado estado de degradação, existindo assim risco iminente de desmoronamento da fachada do prédio, ou partes dela,, para a via pública”, refere a GNR num documento datado de setembro de 2021, ao qual “O Tabuense” teve acesso,  enviado para a Câmara Municipal de Tábua, sublinhando  que o imóvel “constitui um perigo para a segurança de pessoas e bens, não obstante  das condições de insalubridade que oferece e para os prédios vizinhos”.

 “Assim, e dentro das competências atribuídas a essa entidade, remete-se o conteúdo da presente informação a essa entidade (Câmara), para solicitar a deslocação de técnicos ao local, afim de avaliar a situação”, refere esse documento remetido pela GNR da Lousã para a edilidade tabuense.

 Dois anos decorridos, está tudo na mesma. Ao que parece, torna-se difícil localizar os atuais proprietários do imóvel, mas a Câmara tem poderes para decretar a posse administrativa visto o evidente perigo público. Coisa que está no segredo dos deuses. Bem tentou “O Tabuense” inteirar-se da situação, contatando a União de Freguesias de Ázere e Covelo com a finalidade de ouvirmos um comentário  da presidente, Isabel Lourenço. Uma tarefa inglória. Fomos atendidos pelo 1º secretário da UF, Ricardo, que nos disse que o assunto não era com ele, indicando-nos um número de telefone da presidente. Mas goraram-se as tentativas para falarmos com a autarca. Segundo fomos informados, Isabel Lourenço terá em tempos enviado, também, um ofício para a Câmara alertando para a situação e solicitando a tomada de medidas adequadas. Mas dos Paços do Concelho o silêncio e o imobilismo são por demais evidentes para resolver um caso que é um gritante atentado à segurança dos cidadãos. Provavelmente, os nossos autarcas andam agora, afadigados em reforçar a geminação com Cabo Verde do que em resolver os problemas mais prementes dos tabuenses. E, entretanto, pode acontecer uma tragédia em Ázere tendo por interveniente a ilustre Casa de Linhares e talvez sejam tomadas medidas drásticas há muito solicitadas pela população.

Texto e fotos. José Leite