PRESIDENTE ANUNCIOU QUE NÃO VAI HAVER ESTE ANO A FACIT DEVIDO À SITUAÇÃO FINANCEIRA

VEREADOR DO PSD (FTP) DIZ QUE MAIS VALE DAR DINHEIRO AOS TRABALHADORES DOS ESTALEIROS DO QUE PAGAR CONCERTOS

DOIS JOVENS UCRANIANOS REFUGIADOS FREQUENTAM O 2º E 4º ANO NOS AGRUPAMENTO DE ESCOLAS

ÁREA EMPRESARIAL DA CARAPINHA VAI CUSTAR 1 MILHÃO DE EUROS E OPOSIÇÃO PROPÔS QUE SE ALARGASSE A OUTRAS FREGUESIAS

   A grave situação financeira que afeta a Câmara Municipal de Tábua foi tema dominante na reunião pública que teve lugar na quinta-feira passada. Na sua intervenção inicial, o vereador Fernando Tavares Pereira (PSD) começou por abordar a questão da dívida que constava no Orçamento da CMT recentemente aprovado no valor de cerca de 1, 4 milhões, “a qual deveria constar numa outra rubrica, não no orçamento, mas sim como divida, por um questão de verdade da situação financeira do município”, assim como a parcela “Compromissos assumidos e não pagos” no valor de 800 mil euros, “montante que já vem de outros anos, que nós lamentamos, assim como todos os tabuenses”. Lançou ainda o repto ao Presidente para que sejam efetuadas visitas conjuntas da vereação a algumas ETAR de forma a verificarmos a situação em que se encontram. Apontou o caso da aldeia de Loureiro, “muito grave, em que as águas residuais correm a céu aberto”. O vereador que liderou a Coligação ”Coragem para Mudar” abordou ainda a situação dos trabalhadores dos estaleiros da Câmara que se manifestaram na passada semana exigindo o pagamento do subsídio de risco, frisando que “há muito tempo que esse assunto deveria estar tratado”.

  E acrescentou a esse respeito: ”Às vezes preferia não fazer um concerto e dar esse dinheiro a esse pessoal”, um considerando que motivou um sorriso, em jeito de caçoada, de um vereador da bancada socialista, que levou a resposta apropriada do interveniente: “Não vale a pena estar a rir-se, porque é verdade. Eles têm necessidades em casa”.

  Respondendo a algumas destas questões, Ricardo Cruz referiu que a apresentação do relatório de gestão e processamento de contas espelha de uma forma “realista e transparente” a situação financeira do Município, “de forma a alavancar decisões futuras que teremos de tomar, umas mais difíceis, outras menos difíceis”. Informou que teria todo o gosto em estar em todas as ETAR. Sobre a questão dos concertos, revelou que este ano não vai ter lugar a FACIT, porque “efetivamente as contas estão à vista” e que terá de haver opções de investimento. Relevou os esforços feitos por este executivo em proporcionar melhores condições de trabalho aos seus trabalhadores, frisando estarem a ser efetuadas reuniões para que o subsídio reivindicado de insalubridade seja pago de uma forma “correta e digna”.

 “Tábua não pode estar ao serviço dos interesses dos sindicatos”, aludindo ao plenário promovido na vila pelo STAL que acabou à porta do edifício camarário. (ver pág. 8).

  Outro ponto relevante foi a aprovação da proposta de abertura de concurso público para execução das Obras de Urbanização do Plano de Pormenor da Área Empresarial da Carapinha, localizada junto ao nó do IC6. A obra visa a construção das infraestruturas gerais da Área Empresarial da Carapinha, incluindo movimentação de terras e arruamentos, redes de distribuição de água, eletricidade, telecomunicações e gás e de drenagem de águas residuais e pluviais, em terrenos recentemente adquiridos pelo Município de Tábua, um investimento que ultrapassa 1 milhão de euros, em parte apoiado pelo CENTRO2020.

  O vereador Fernando Tavares Pereira felicitou esta empreendimento e o empenho da JF da Carapinha, sustentando que outras áreas empresariais deveriam ser criadas no concelho, apontando os casos de Covas, Espariz e Midões.

  No âmbito da recolha de resíduos florestais, foi ratificado o protocolo estabelecido entre a ALTRI Florestal e a Altri Abastecimentos de Madeiras SA e o Município de Tábua.

  António Oliveira,  do PS, explicou ter ficado estipulado que vão ser criados cinco locais para recolha desses resíduos nas freguesias de Tábua, Mouronho, Póvoa de Midões, Carapinha e Candosa, visando acautelar o modo de funcionamentos desses parques e também acomodar uma comparticipação financeira por parte daquela empresa ao Município, visando a implementação desses parques.

  Abordando esta questão, o vereador Fernando Tavares Pereira acentuou que estes parques deveriam acompanhar uma reflorestação do território, onde houvesse possibilidade de contrariar um pouco a situação que está criada para o concelho de Tábua a nível da elaboração da Carta de Perigosidade dos incêndios. ”Isto aqui não é coesão, mas uma desertificação total do interior, porque investimentos não existem. Aquilo que estão a fazer à nossa terra é uma coisa que eu nunca pensei que iria acontecer”. Referiu ainda que esses parques deveriam ser acompanhados pela instalação dos pontos de água para os incêndios, pois podem surgir os mesmos problemas graves que ocorreram em 2017, alvitrando que deveria ser instalado um desses parques na maior freguesia do concelho, Midões.

   O Presidente mostrou-se sensível a esses reparos, acrescentando que a Carta de Perigosidade aprovada pelo governo vai ter efeitos nocivos no futuro PDM, “olhando para a mancha tão vermelha que consta nessa carta”.

   Vítor Melo (PSD) questionou ainda a instalação da central de recolha de toda essa biomassa na sede do concelho, o que vai provocar o aumento do tráfego na vila, maus cheiros, poeiras suspensas, passando a ser um local de risco para os incêndios. Sustentando que deveria ficar instalada fora da vila, longe dos aglomerados habitacionais e que Altri deveria ressarcir o Município em todo este processo.

  Ricardo Cruz referiu no decorrer desta reunião que a comunidade ucraniana está cada vez mais enraizada e adaptada à nossa realidade, destacando que duas crianças oriundas daquele país em guerra foram integradas no 2º e 4º ano do Agrupamento de Escolas de Tábua.

   Outra revelação respeitou ao facto de ter sido atribuída pela primeira vez a Bandeira Azul à Praia Fluvial da Ronqueira, distinção conferida pela Associação Bandeira Azul Europa (ABAE).

  Comentando a atribuição deste galardão, o vereador Fernando Tavares Pereira não deixou de considerar ser um facto positivo para o concelho, embora considerasse que se “deveria fazer alguma coisa para que as pessoas ficassem no concelho de Tábua e não no de Arganil”, certamente numa alusão aos equipamentos que estão ao dispor do público do outro lado do rio Alva, em Secarias, não faltando uma praia com areia, enquanto do lado de Tábua, o que no ano passado se viu, foi um paredão em cimento de acesso à piscina flutuante, onde foram colocadas algumas espreguiçadeiras.

NOTA FINAL: Contrariamente ao que tem acontecido com outras reuniões dos órgãos autárquicos – disso foi exemplo a última Assembleia Municipal – na sua página no Facebook a Câmara limitou-se a apresentar uma única foto panorâmica da mesa desta reunião pública, captada a longa distância, sem destacar os vereadores presentes. São opções da edilidade e temos de as respeitar, embora sejam discutíveis os critérios. 

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