VEREADOR PSD ABANDONOU CERIMÓNIA NA ALTURA EM QUE LOUREIRO FOI MEDALHADO

TÁBUA COMEMOROU O FERIADO MUNICIPAL COM UM MOMENTO CONTROVERSO NA SESSÃO SOLENE NO CCT

VITOR MELO RECORDOU O OSTRACISMO A QUE A SUA ASSOCIAÇÃO DE BOMBEIROS FOI VOTADA E OS AVISOS QUE DEU SOBRE O LEGADO DEIXADO PELO ANTERIOR PRESIDENTE, UMA DÍVIDA QUE RONDOU OS 6 MILHÕES DE EUROS, SEM FALAR NO DESRESPEITO PELOS PROCOLOS FINANCEIROS ESTABELECIDOS COM AS JUNTAS DE FREGUESIA E A OUTRAS INSTITUIÇÕES DO CONCELHO, QUE ULTRAPASSAM OS 600 MIL EUROS

   Como habitualmente, o dia 10 de abril foi aproveitado pelo Município para exaltar os valores tabuenses e condecorar figuras e empresas que se destacaram nos mais variados sectores de atividade. Muitas delas – houve honrosas exceções, como foi o caso do escritor Ricardo Costa, Medalha de Mérito Cultural e Científico e que ganhou, em 2015, o Prémio Nacional Revelação Agustina Bessa-Luís e que no seu discurso chegou a referir, alto e bom som, que a Cultura é a parente pobre nos orçamentos públicos – testemunharam a sua devoção e vassalagem ao PS por ocasião da última campanha eleitoral, outras que granjearam ao longo dos últimos anos contratos e parcerias com a edilidade.

   Presidida pela Secretária de Estado do Desenvolvimento Regional, Isabel Ferreira, a Sessão Solene comemorativa que decorreu no CCT foi o momento mais alto destas comemorações, durante a qual o Município entregou as distinções honoríficas a Personalidades e Entidades do Concelho. Foi nesta altura que ocorreu um episódio mais controverso, quando Mário Loureiro, anterior Presidente da Câmara Municipal, foi distinguido com a Medalha de Honra da Vila.

  Vítor Melo, presidente dos Bombeiros de Vila Nova de Oliveirinha e líder do PSD local, levantou-se do seu lugar na primeira fila da plateia como forma de protesto e abandonou o anfiteatro, tendo explicado a “O Tabuense” os motivos da sua atitude:

 “A nível pessoal não tenho nada contra Mário Loureiro, mas contesto a forma como marginalizou os bombeiros de Vila Nova de Oliveirinha. Logo no início, referente à dívida para com o construtor Costa Carvalho que edificou o quartel, marquei uma reunião em que participou esse empresário, o Presidente da Câmara e executivo. Foi tudo planeado com muita antecedência, em cima da mesa esta  o apoio financeiro que a Câmara tencionava dar.Tal não foi a minha surpresa, o Sr. Mário Loureiro, logo no início da reunião, virou-se para nós, dizendo que a Camara não era a Santa Casa. Se não queria financiar a obra, não marcava nada.”

   E Vítor Melo prosseguiu: “ Sendo eu presidente da associação há dez anos, só por duas vezes solicitei uma verba extraordinária para aquisição de viaturas. Nunca obtiver resposta. Quando foi dos incêndios de 2017, não teve a amabilidade, e era o dever dele enquanto entidade máxima da proteção civil, ligar para mim ou para o meu comandante a perguntar se precisávamos de alguma coisa. Nem sequer soubemos que o Plano Municipal de Emergência tinha sido acionado. Nos Planos de Protocolo estabelecidos com esta associação deixou pagamentos em atraso durante anos, desde 2017 até ao presente. Limitei-me a fazer o que ele nos fez durante estes anos todos”.

 E o líder do PSD lembrou a respeito da avultada dívida da câmara, que ronda atualmente os 6 milhões de euros, um legado deixado por Mário Loureiro: “Não foi por falta de aviso do PSD ao pormos a nu o que se estava a passar, o encobrimento de muita responsabilidade, da existência de jogadas financeiras para ocultar as coisas, do não cumprimento dos protocolos financeiros com as Juntas de Freguesia. Só as dívidas a essas autarquias devem rondar os 600, 700 mil euros, quando o Sr. Mário Loureiro dizia que não ultrapassaria os 100 mil. O atual executivo ou assume a responsabilidade desse passado ou então tem também que responsabilizar quem de direito, partir para uma nova fase de regularização das dívidas. Se tal não acontecer, a Câmara torna-se ingovernável”.

  Ultrapassado este episódio de abandono da sala protagonizado por este social-democrata e que passou despercebido à plateia, foram atribuídas outras distinções: com a Medalha de Mérito Profissional o joalheiro José Madeira Gil, os empresários José Manuel Morgado Ribeiro e José Martins Nunes e o Coronel Marco Paulo Martinho Carvalho.

    Destacando a importância da sua atividade para o desenvolvimento de Tábua, nomeadamente nas áreas de setor primário e apoio social, receberam a Medalha de Mérito Cívico a a Acuredepa e Agritábua, merecendo também o setor da saúde um reconhecimento do Município ao conceder a Medalha de Valor e Altruísmo ao delegado de saúde desta Região do Pinhal Interior,  António Queimadela Batista e ao Centro de Saúde de Tábua, cuja ação teve ainda maior importância nos 2 últimos anos.

   Para além dos empresários já referidos, foi propósito do Município evidenciar a importância do tecido empresarial do concelho para a criação de emprego e de riqueza, pelo que procedeu à entrega de Diplomas de Mérito às PME que se destacaram nos anos 2019 e 2020, tendo obtido o Estatuto de PME LIDER ou PME Excelência por parte do IAPMEI. Foram distinguidas as empresas: Friopastel, Acorfato, Frisalgados, CUNFIL e Transcoitense.

   Também os melhores alunos do Ensino Secundário e do Ensino Profissional (Agrupamento de Escolas e EPTOLIVA), mereceram o devido reconhecimento, assim como vários colaboradores do Município.

   Abriu a Sessão no CCT o Presidente da Assembleia Municipal, Nuno Tavares, com uma intervenção em que destacou o espirito empreendedor dos empresários do concelho.

   A Secretária de Estado do Desenvolvimento Regional destacou a capacidade de Tábua em atrair fundos comunitários, lembrando terem sido já aprovados apoios superiores a 8 milhões de euros destinados a projetos municipais e de empresas, tendo alavancado um investimento superior a 14 milhões de euros. Salientou ainda as oportunidades que o PRR e o Portugal 2030 oferecem, estando consciente de que, fruto da pro-atividade do Município, este reúne todas as condições para se constituir como um bom exemplo no aproveitamento das mesmas.

   Ao encerrar a sessão solene, Ricardo Cruz destacou algumas linhas mestras da sua política ao longo dos seis últimos meses, com particularmente ênfase para o rigor financeiro, controlo das contas, transparência da ação.

Texto: José Leite/ CMT

Fotos: CMT

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