CASAL ALEMÃO ESPERA HÁ TRES MESES POR LICENÇA CAMARÁRIA

AINDA O CASO DO ALEGADO CAMPISMO SEELVAGEM EM BABAU QUE “O TABUENSE” RELATOU

 Thomas Klein, um alemão que vive com a mulher em Babau, Sevilha, visado numa intervenção que teve lugar durante uma reunião de Câmara no início de fevereiro, procurou “O Tabuense” para nos dar a sua versão sobre o assunto. Recorde-se que no plenário do executivo camarário, o vereador Vítor Melo alertou para uma situação generalizada e anárquica que se vive no concelho, lançando um alerta para a chegada dos novos imigrantes ao concelho, “muitos deles sem habitação, praticando o campismo selvagem como está a acontecer em Sevilha”.

   Num autocarro de passageiros remodelado com todas as comodidades e que lhes serve de habitação, estacionado num terreno de que é proprietário em Babau, já lá vão dois anos, Thomas recebe a reportagem do nosso jornal. Acompanham-no a mulher, Claudia Klein, uma tradutora, Agnes Sedemayr, e o marido. Este cidadão alemão refere que, desde que chegou a Tábua, tem-se empenhado no cultivo da terra, plantar árvores, cuidar de animais, limpar e fazer a manutenção do terreno envolvente, que se estende até ao rio de Cavalos que passa ao fundo da propriedade, do outro lado da estrada.

   ”Desde o princípio que tentamos integrar-nos na Região, contactando com as suas gentes e fomos muito bem acarinhados. Até estamos a frequentar um curso de português. Viemos para Portugal motivados pelas belezas do vosso país, o clima e pelas pessoas – “aqui temos meio ano de verão e outro meio ano de calor, diferente do que acontece no nosso país”, frisa, sorrindo –  e, ainda por motivações religiosas, pois somos crentes em Deus e na Bíblia e algo nos atraiu para virmos para aqui.  E descobrimos Tábua através de amigos e ficamos encantados pelas suas paisagens, pela qualidade das terras e por ter muita água”, conta este mecânico de máquinas agrícolas que habitava no Sul da Alemanha.

   Amante da natureza e dos trabalhos agrícolas, produzindo os produtos que consome, adquiriu este terreno onde se encontra uma casa, mas preferiram habitar no autocarro, enquanto remodelam a habitação. No terreno, vêem-se ainda duas autocaravanas e uma tenda.

  Com a finalidade de cumprir a legislação em vigor, solicitou em 17 de dezembro à Câmara Municipal que lhe passasse a necessária licença para poder acampar…no seu próprio terreno. Não esperava a burocracia que enfrentou: “Falámos com o arquiteto que nos tem atendido de uma forma muito simpática, mas o processo tem demorado o seu tempo”, frisa Thomas. Agnes Sedemayr corrobora: “Semanalmente tenho contactado a Camara para saber se há novidades do processo e até aqui nada. Fui eu própria que tratei de todos os papéis necessários e até nos deram dicas para a recuperação da casa. O Thomas e a mulher não querem estar no mesmo plano do que, por exemplo, as pessoas de Vila do Mato que praticam campismo sem condições e que também foram referidas nessa sessão da Câmara. Nós não concordamos com o que se passa em Vila do Mato, são pessoas que se marginalizam a elas próprias e não nos damos com eles de uma forma propositada. Assumimos uma outra atitude mas, pelo facto de apenas ter surgido na foto do jornal este autocarro-caravana em Babau, deu azo a algumas especulações”. Explicamos que “O Tabuense” limitou-se a reportar um assunto que foi debatido numa reunião pública da edilidade, a responsabilidade de focar este caso não fora da nossa iniciativa.

 Thomas sustenta que seria uma atitude louvável que alguém da  Câmara viesse ter com eles, que lhes resolvesse a situação, “seria um gesto de boa vontade, depois de sentirmos que fomos mal interpretados. Na Alemanha, o mesmo tipo licença demora poucos dias a ser tratada, seja para autorizarem ou negarem”.

Texto: José Leite

Fotos: Nuno Pereira

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