DOS VENDEDORES DE CASTANHAS, PASSANDO PELA EPTOLIVA E ALUSÕES À “XENOFOBIA”

… já para não falar nos abraços e beijinhos que o Presidente não deu a um grupo de tabuenses numa deslocação à Lousã para assistir a um jogo de futebol do filho

O VEREADOR FERNANDO TAVARES PEREIRA NÃO ESTEVE PRESENTE NA REUNIÃO DE CÂMARA POR TER SIDO INFETADO COM COVID-19. TEMAS ABORDADOS PELO NOSSO JORNAL ESTIVERAM EM FOCO

 Devido ao facto de ter contraído a COVID-19, o vereador Fernando Tavares Pereira não esteve presente na reunião de Câmara que teve lugar na quinta-feira passada, 25.

 Todos os membros do executivo e da oposição, bem como o novo Provedor do Munícipe que nesta sessão tomou posse, José Luís Ferreira de Nazaré, expressaram um voto unânime de um pronto restabelecimento ao empresário que se encontra atualmente em casa, praticamente assintomático, a cumprir um período de quarentena, um voto naturalmente extensivo a todos os tabuenses que tenham sido infetados.

   Ao discursar, o novo Provedor fez questão de sublinhar que vai exercer uma função apartidária e independente, tencionando participar de uma forma ativa “num concelho que tão bem o acolheu”, disponibilizando-se a ser um mediador entre os munícipes e as instituições e serviços visados, assumindo um total empenho no cumprimento das funções que vai desempenhar.

 Uma sessão no decorrer da qual não se registaram grandes novidades, a não ser umas respostas indiretas dadas por elementos do executivo PS sobre temas que o jornal “O Tabuense” tem relatado nas suas páginas. A esse respeito, a abordagem feita, com enfase, pelo vereador David Pinto que pretendeu relembrar os mais distraídos – olhando para o jornalista deste jornal – referindo que estiveram presentes na Feira de São Martinho, realizada no passado dia 14, quatro vendedores de castanhas e dois assadores de castanhas, “um estava no espaço da Feira e o outro entre o Mercado e as habituais tasquinhas”. O que “O Tabuense” escreveu na edição passada foi que apenas viu no espaço de eventos onde decorreu o certame um vendedor de castanhas à moda tradicional com um assador à moda tradicional, o que lhe pareceu manifestamente pouco num evento com as características que deveriam nortear uma  Feira de São Martinho…se havia um outro num outro espaço, fora do recinto, naturalmente que… não estava na Feira. Não deixa de ser curioso que este tema tenha sido objeto de abordagem numa sessão de Câmara, onde nos pareceu que temas verdadeiramente de interesse público andaram arredios. Basta dizer que um dos assuntos prementes discutidos nesta reunião camarária respeitou aos abraços e beijinhos que o Presidente não teria dado a alguns tabuenses por ocasião de uma sua deslocação à Lousã para assistir a  um jogo de futebol do filho…  

  Por exemplo, uma questão que importaria esclarecer e que não foi tratada nem pela oposição nem pelo executivo, bem poderia ser o esclarecimento do mistério das obras que estranhamente estão paradas no Boiço onde está a ser instalado um colector e as dúvidas que pairam sobre muitos residentes na zona se as mesmas foram planeadas da forma mais conveniente.

  Na mesma senda, o vereador substituto Carlos Campos, teceu considerandos sobre o papel relevante da EPTOLIVA no município de Tábua e Oliveira do Hospital que acabou de completar 30 anos de atividade. Um longo discurso laudatório das excelências demonstradas por esta escola profissional feito por aquele que é, curiosamente, coordenador do polo de Tábua, talvez como resposta a um texto publicado igualmente na nossa anterior edição em que revelamos que esta instituição fora alvo de uma queixa na Comissão Nacional de eleições por alegada infração aos deveres de neutralidade e imparcialidade das entidades públicas por ocasião das últimas eleições autárquicas. Em causa a publicidade que saiu na sua revista a vários candidatos das Câmaras dos concelho de Tábua e Oliveira do Hospital, com a CNE a não dar provimento a essa queixa,   considerando que a “ADEPTOLIVA é uma associação de direito privado e goza de autonomia administrativa e financeira”, subsistindo sérias dúvidas sobre esse carácter de não ser uma empresa pública. Basta dizer que os seus órgãos são eleitos pelos municípios aos quais pertencem e são candidatos nas eleições. Já para não falar no facto do coordenador do polo de Tábua surgir como vereador num órgão executivo camarário…a elogiar a própria instituição de que é um dos responsáveis.

   Num outro passo da reunião, quando se abordou uma proposta de protocolo de cooperação a celebrar entre o Alto Comissário para as Migrações e o Município visando a integração da comunidade de estrangeiros residente no concelho,  Vítor Melo focalizou a falta de fiscalização e controlo do número de pessoas e a sua localização, vivendo em situações de risco face a possíveis catástrofes.O vereador do PSD sublinhou que esta comunidade deve estar sujeita a deveres e obrigações como qualquer habitante, sendo dever do estado aplicar esses preceitos a que estão sujeitos. Ricardo Cruz aludiu ao vasto histórico na forma como o município tem integrado os estrangeiros na sociedade, frisando que “não é com comentáros xenófobos sobre o modo de vestir dessas pessoas que os vamos integrar…numa outra “indireta” a um comentário feito pelo nosso colaborador João Brandão que se “insurgiu”, no seu jeito habitual critico e cáustico, por ver um grupo de estrangeiros que recusavam colocar máscara no Mercado.

  Ficou também a saber-se, através da  intervenção do vereador Carlos Santos (PSD), que a Tuna Mouronhense não terá recebido o apoio municipal que lhe era devido “estando a associação a atravessar momentos difíceis por causa da Covid”. O Presidente da Câmara respondeu que está a preparar o orçamento numa estratégia de consolidação e rigor financeiro, de forma a dar “uma vida saudável a este município também nessa matéria”. Já no final desta reunião, ficou a saber-se perla voz do Presidente ( que, entretanto, recebeu uma informação nesse sentido) que esta associação, afinal, terá recebido cerca de 5 mil euros, subsistindo dúvidas sobre esta questão levantada pelo vereador do PSD. Uma questão de sintonia, como alvitrou o Presidente…

Texto e fotos: José Leite  

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