CUSTO ALVO DE CRITICAS POR PARTE DO “CHEGA”, MAS FALTA FAZER MAIS PARA RECUPERAR A PEDRA DA SÉ
Informou o Município de Tábua ter iniciado os procedimentos legais junto da Direção Regional de Cultura do Centro para proceder à requalificação do troço da Via Romana da Pedra da Sé, património
classificado como Imóvel de Interesse Público, com o intuito de lhe conferir o esplendor de outrora, tornando-a num ponto turístico de referência no concelho.
Sublinha ainda a Câmara, que depois de obtidas as devidas autorizações legais da proprietária e assumida a colaboração com uma empresa especializada em Arqueologia e Restauro, foi estabelecido um Plano de Trabalhos Arqueológicos e uma Proposta de Intervenção e Acompanhamento, de modo a iniciar-se a
limpeza da vegetação no sítio arqueológico, cumprindo as orientações da referida Direção Regional.
Concluídos os trabalhos de limpeza, executados através do ajuste direto num investimento de 8.990,00€ + IVA, frisa a autarquia que estão reunidas as condições para se proceder à retificação original do traçado, através da aplicação de novas
lajes de granito, procedimento a cargo da empresa ARQUEOHOJE – Conservação e Restauro do Património Monumental, Lda., num investimento de 13.680,00€ + IVA.
Este investimento e, sobretudo, os valores em causa, já foram objeto de crítica por parte do “Chega” de Tábua, com enfoque no ajuste direto no valor de 8990€.
“Trata-se da limpeza florestal de 400 metros de extensão, 10 metros para cada lado o que dá 8000 metros quadrados. A preços de mercado este trabalho não ultrapassaria os mil euros. Isto é a gestão que é feita dos nossos impostos. Para já não falar da retirada à pressa da madeira cortada, conforme a foto que nos foi enviada por um pescador amigo do outro lado do rio, não fossem aparecer os proprietários”, refere o partido de André Ventura, finalizando: “Assim se percebe porque caras conhecidas defendem com unhas e dentes o executivo. Gozem com o povo mas não abusem”.
Através de algumas reportagens,” O Tabuense” há muito que vinha alertando para a degradação ambiental que se tem verificado nesta zona, com grandes potencialidades turísticas. Naturalmente que é importante recuperar este troço da Via Romana da Pedra da Sé. Mas não deixa de ser quase um paradoxo ver esta paisagem, onde avulta a enorme pedra granítica que em tempos idos servia de altar para celebrações religiosas e onde afluíam as pessoas vindas das aldeias – daí esse nome – com uma vista soberba, tão amplamente divulgada nas informações turísticas, ser manchada pelas ruínas do que resta de uma ponte que ligava as margens do rio entre Tábua a Santa Comba Dão, constituindo mesmo um perigo para as embarcações de recreio que ali passam.
Naturalmente falta imaginação para se criar neste local uma zona de lazer sem ferir as questões ambientais… essas já estão mais que feridas quando se tem assistido, com toda a impunidade, ao vazamento no local de toda a espécie de entulho de obras, peças de carro e outras espécies de detritos que se veem espalhados pelo matagal.
Por que não criar nesta zona uma estrutura turística digna, chegando a acordo (ou mesmo coagir, pois está em causa o bem público), com os proprietários do que resta de um aldeamento turístico existente nas proximidades, depois transformado em restaurante e em “casa de meninas”, totalmente vandalizado conforme o demonstrou uma reportagem que fizemos no local?
Um autêntico crime de lesa património ambiental tabuense em cuja autoria se unem privados e a gestão pública. Esperemos que esta requalificação do troço da via romana seja o primeiro passo para criar uma verdadeira zona turística no Mondego que Tábua anda há muito carecida.
Texto : José Leite/CMT
Fotos: Arquivo/ CMT
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