UM ESPAÇO QUE É A “MONTRA” DO CONCELHO E QUE PODERIA SER MELHOR APROVEITADO

J.F.TÁBUA ABRE AS PORTAS AOS ARTESÃOS LOCAIS

O EDIFÍCIO OFERECIDO PELO ARISTOCRATA CONDE DE FERREIRA JÁ FOI ESCOLA E POSTO DA GNR

Vários artesãos do concelho de Tábua expõem os seus trabalhos no edifício da Junta de Freguesia, que cedeu gratuitamente um espaço. Podem ali ser encontradas algumas peças típicas da região, como as colheres de pau coloridas do Sr. Vasco, do Boiço, os bonequinhos coloridos da Sara, de Carragozela, bijuteria, à mistura com garrafas da cerveja artesanal Taboa, num acervo característico que mistura arte, turismo e empreendedorismo, podendo ver-se na sala onde habitualmente se efetuam as reuniões da Assembleia de Freguesia uma réplica de uma mó dos moinhos de Sevilha.

Mas funcionando ao mesmo tempo como Posto de Turismo, falta neste espaço muta coisa emblemática do concelho e que o possam tornar atrativo para quem nos visita. Por exemplo, por que não expor fotos do Trilho dos Gaios com imagens desse passeio lúdico? Até mesmo uma panorâmica de Sevilha, já que ali está a tal mó? E a Pedra da Sé, não deveria também figurar em imagem grandiloquente, pois é um dos símbolos mais representativos do concelho? E as artes agrícolas por exemplo, utensílios usados nessa faina bastante inculcada nas tradições locais? E os barros de Candosa, que também primam pela ausência ( penso que apenas figuram uma ou outra peça numa vitrina) e que são reconhecidos através de várias gerações.

Portanto, uma ideia que se aplaude esta de abrir o espaço da Junta de Freguesia para os trabalhos dos artesãos tabuenses, mas funcionando igualmente como posto de turismo a sensação com que se fica é que falta ali muita coisa que possa atrair as atenções dos forasteiros que nos visitam.

 Quanto ao edifício propriamente dito, há que dizer que foi inaugurado em 1867, e com um espaço ajardinado em seu redor bastante cuidado, não faltando um candeeiro a lembrar a Belle Époque. Resta acrescentar que foi oferecido pelo Conde de Ferreira de seu nome Joaquim Ferreira dos Santos, um aristocrata que fez fortuna no Brasil e em África, e, quando regressou a Portugal, mandou edificar 120 escolas, fez donativos a diversas instituições sociais e foi o fundador do Hospital dos Alienados, do Porto. Através de D. Maria obteve os títulos de Barão (em 1842), Visconde (em 1843) e Conde (em 1856).

Um espaço com uma arquitetura singular e que começou por ser uma escola (onde deu aulas o antigo Presidente de Câmara, o professor Costa, como nos lembrou o Tesoureiro, Aníbal Jorge),ali foi o posto do GNR até que, em 25 de setembro de 1999, o então secretário e estado Dr. Luís Parreira, inaugurou esta autarquia. E se um dia o leitor por la passar ( e o desconfinamento assim o permitir…),  , pode ser que tenha sorte de ouvir os acordes das lições de música dadas, na escola situada nas traseiras, pela Conny Kadia, uma professora de música alemã e uma ambientalista convicta.

Texto: José Leite

Fotos: Manuel Pereira

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