REUNIÃO DO EXECUTIVO MARCADO PELO DRAMATISMO DA PANDEMIA NO CONCELHO

APROVADO MAIS UM EMPRÉSTIMO DE 700 MIL EUROS,JUSTIFICADO PELO PRESIDENTE COM O VÍRUS.MAS A OPOSIÇÃO DIZ QUE “É UM HABITO”

   “Estou muito preocupado”, foi desta forma que Mário Loureiro caracterizou a situação do concelho em termos de pandemia durante a reunião do executivo camarário efetuada na passada quinta-feira. Através do sistema de  vídeo conferência que foi reproduzido na página do Facebook da Câmara (há muito que “o Tabuense” havia proposto que isso acontecesse por uma questão de transparência na informação a prestar aos cidadãos),o executivo debateu a grave situação que Tábua atravessa, onde figura nas regiões de risco extremamente elevado.

   Tábua conta neste momento mais de quatrocentos casos de infetados e quatro óbitos.Uma dessas mortes a lamentar foi o de uma senhora que estava no lar Acuredepa, Ázere, e que se suspeita ter sido infetada quando foi transportada ao hospital em Coimbra por causa de uma crise de diabetes. Mas Mário Loureiro falou também na reunião de ontem que um utente de um lar faleceu à porta de uma unidade de saúde da capital de distrito. “O Tabuense” sabe que uma idosa de 88 anos, natural de Candosa, foi a enterrar na quinta-feira, vítima de Covid-19.

  A situação é de facto complicada, com muitos infetados, gente confinada em casa por que contatou com portadores do vírus, estranhando-se que, a exemplo do que ocorre noutros concelhos limítrofes, não se vejam nas ruas elementos da edilidade com os coletes da Proteção Civil e da própria GNR a fazer um controlo e uma vigilância apertada a quem infrinja as regras.

   Na reunião de Câmara, Presidente da Câmara falou no processo de vacinas em curso – revelando ter havido internados em lares que depois de vacinados deram positivo ao vírus, pois a imunidade só se consegue quando for inoculada a segunda toma da vacina – do grande número de testes realizados, frisando ter assumido o risco de destacar funcionárias das escolas, que se encontram fechadas, para as várias instituições sociais, duas para a Sarah Beirão e outros duas para a ACURUDEPA. Afirmou “estar tranquilo com o trabalho que estamos a fazer”. Viria a ser confrontado pelo vereador do PSD, Carlos Santos, que o interpelou pelo facto de ter realizado uma sessão pública de entrega de material de proteção individual no Mercado Municipal pelas várias IPSS e bombeiros (ver artigo na pág. 7), juntando um grande número de pessoas. Loureiro respondeu que houve cuidado em manter o distanciamento e que “só fizemos aquilo porque eram muitas caixas e tivemos uma preocupação de entregar todos ao mesmo tempo, para que não houvesse filhos nem enteados”, ou seja, que não recebessem uns primeiro que outros. Comentando esta explicação do autarca, Vítor Melo ( PSD), que levantara a questão ( ver pág. 7) referiu ao nosso jornal: “”A desconfiança dos responsáveis pelas várias instituições é de tal ordem no presidente que é preciso ver para crer, já não acreditam nas suas palavras”.

 Voltando à reunião do executivo, o vereador social- democrata, António Martins, depois de ter exortado o presidente a contactar com mais regularidade com os tabuenses, efetuando “briefings” regulares, alvitrou que a edilidade deveria apoiar financeiramente as várias associações que se encontram fechadas durante este período. Mário Loureiro sustentou que esse apoio social deveria ser feito “com cautela”, pois poderia “ promover situações menos corretas”, até incorrer em responsabilidade civil caso abrissem as portas.

Aprovado empréstimo de 700 mil euros    

  A maioria do PS, com os votos contra do PSD, aprovou nesta reunião a contratação de um empréstimo de 700 mil euros, justificado por Mário Loureiro, “pela pandemia, as obras em curso e haver atrasos nos pagamentos”. A oposição contrapôs, sustentando que não é só por causa da pandemia, “é um costume que se vai renovando de ano para ano”

  “Agora foi por causa da pandemia. E os outros anos em que a edilidade fez esse empréstimo no mesmo, montante, era para quê?”, referem os social-democratas, pondo em causa o elevado custo dos juros. ”Isso não é investimento, é empurrar com a barriga os problemas financeiros com que o município se debate”.

EM TEMPO DE CONFINAMENTO GERAL

97 AUTARCAS REUNIRAM-SE NO CONVENTO DE S. FRANCISCO

 A classe política continua dar maus exemplos aos cidadãos neste tempo de confinamento geral. Ontem, sexta-feira,29, realizou-se no grande auditório do Convento de S. Francisco em Coimbra, uma reunião promovida pela Associação Nacional de Municípios envolvendo 97 autarcas destinada a escolher um representante que vai integrar a comissão para gerir a distribuição dos fundos comunitários na Região Centro.

  Embora o Presidente da ANMP, Manuel Machado, tenha garantido que a segurança e as regras sanitárias foram cumpridas, houve quem discordasse. José Carlos Alexandrino, o presidente da Câmara de Oliveira do Hospital, uma das presenças, e que recentemente revelou ter contraído o vírus, chegou a admitir aos jornalistas que esta reunião “não pode ser um grande exemplo para o cidadão comum”.

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