ATRIBULAÇÕES DE UMA RESIDENTE NO COVELO DE CIMA QUE DENUNCIA DESPEJOS ILEGAIS JUNTO À ESTRADA E UM COLETOR DE ÁGUAS PLUVIAIS QUE INUNDA O SEU TERRENO
No âmbito de uma reportagem efetuada pelo jornal “O Tabuense” em Vale de Feitoso, à entrada do Covelo de Cima, uma residente na localidade, Glória Castanheira, denunciou que o camião cisterna de limpeza das fossas despeja regularmente os detritos numa fossa junto à estrada que liga esta localidade a Ázere, em vez de o fazer na estrutura instalada ao fundo da vila de Tábua, como é hábito.
“A última vez que vi aqui esse camião cisterna foi há um mês e meio. Mas há oito dias atrás, andaram aqui outra vez. Até vi um senhor com um pau a tentar desentupir a fossa para aquela água pestilenta passar por um cano debaixo da estrada”, garante esta senhora.
Como pudemos verificar no local, há vestígios junto a essa fossa de detritos e marcas (sulcos) de um trator na berma. Esses resíduos depositados junto à valeta passam por debaixo da estrada por um canal e vão dar diretamente ao fundo de uma pequena elevação, em plena natureza, sem qualquer tratamento. Bem perto do local passa a ribeira de Ázere que, eventualmente, pode estar a ser poluída. Glória diz que pediu para que fosse ligado o coletor do saneamento à sua casa no Covelo de Cima, mas, inexplicavelmente, esse processo tem sido adiado há vários meses, apesar das insistências que fez então junto da Câmara.
”Disseram-me que agora é com a AINTAR e que o tivesse ligado da primeira vez, quando o saneamento ficou concluído. Eu entendi que só o solicitei quando tivesse meios para o fazer, sou livre de o fazer”, sublinha.
Queixa-se ainda esta moradora, que as águas pluviais na povoação, transportadas através de uma valeta instalada na rua do Covelo de Cima, vão desaguar a um terreno seu, ficando o mesmo completamente alagado, impossibilitando-a, nos dias em que chove mais, de pôr os animais no pastoreio ou proceder às sementeiras, levando até que fossem cortadas algumas árvores de fruto que ficaram estragadas.
”O que me valeu foi um rapaz que trouxe os guinchos para levantar duas macieiras que foram arrancadas pela água, pois estive todo o verão sem poder desentupir um cano para poder regar o que me resta da agricultura. A poça que tinha ali em baixo ficou cheia de detritos que foram para ali arrastados pela enxurrada cada vez que chove com mais intensidade. Estou em risco de ficar sem água nesse reservatório no próximo verão. Este ano, nem tive cebolas, tive de as comprar”…
“Já reclamei na Junta e só oiço promessas que o assunto vai ser tratado, promessas essas feitas geralmente em tempo de eleições Até queriam pôr aqui as máquinas do cemitério para limpar o entulho e eu recusei, não as quero aqui. Depois fica tudo na mesma, alegando que não podem fazer tudo ao mesmo tempo, que há outras prioridades na freguesia”, frisa, lembrando as fotos que saíram no Boletim Municipal sobre o saneamento básico efetuado no Covelo: “Mais duzentos mil euros gastos na freguesia, aqui não chegou nada junto à minha propriedade”.
AINTAR NEGA OS FACTOS E EXORTA POPULAÇÃO A DENUNCIAR DESCARGAS CLANDESTINAS
Contatada pelo jornal “O Tabuense”, a AINTAR, a Entidade Gestora do Sistema Intermunicipal de Águas Residuais dos Municípios, Carregal do Sal, Santa Comba Dão, Tábua e Tondela desde 1 de novembro de 2022 , na sequência das denuncias efetuadas por esta residente no Covelo de Cima, esclareceu o seguinte:
O jornal refere que a denunciante atesta que o ”camião-cisterna” de limpeza de fossas despeja regularmente os detritos numa fossa junto à estrada que liga esta localidade a Ázere, em vez de o fazer na estrutura instalada ao fundo da vila de Tábua, como é hábito.
Refere ainda o jornal “O Tabuense” que comprovou no local vestígios “nesse buraco”, de detritos e marcas (sulcos) do trator na berma, afirmando que “resíduos” passam por debaixo da estrada por um canal que vão dar diretamente ao fundo de uma pequena elevação, em plena natureza, sem qualquer tipo de tratamento. É mencionado pelo jornal que bem perto desse local, passa a ribeira de Ázere e que, eventualmente, pode estar a ser poluída.
Conclui ainda o referido órgão de comunicação social que a moradora Glória Conceição (n.r,- Por lapso , no email que enviamos à AINTAR a solicitar um esclarecimento sobre este caso, referimos que a senhora em questão se chamava Glória Conceição quando o apelido é Castanheira), pediu para que fosse ligado o coletor de saneamento à sua casa no Covelo de Cima e que tem sido adiado esse processo há vários meses.
Nas operações de limpeza de fossa levadas a cabo pelos serviços da AINTAR, no âmbito das suas atribuições e competências, não é utilizado qualquer camião-cisterna, contrariamente ao mencionado pela denunciante.
Os locais de descarga de águas residuais transportadas pelos meios móveis de recolha ao serviço da AINTAR, são definidos em função do destino adequado a dar às águas residuais recolhidas em função do tratamento necessário.
Os locais mencionados no ponto anterior são de dois tipos: Leitos de secagem de lamas e estações de tratamento de águas residuais.
Na área geográfica a que a denunciante se refere as águas residuais recolhidas pelos meios móveis ao serviço da AINTAR, são descarregadas no coletor público que drena para a ETAR de Tábua, na localidade de Fundo de Vila. Nessa estação de tratamento, as águas residuais são apropriadamente tratadas e devolvidas ao meio hídrico nas condições da licença de descarga emitida pela Agência Portuguesa do Ambiente.
Os operadores ao serviço da AINTAR recebem ordens de serviço para recolha de águas residuais requeridos pelos clientes constando dessa mesma ordem de serviço o local onde o operador efetuou a descarga.
Não existem quaisquer registos nestes serviços de alguma descarga de águas residuais efetuada por cisternas da AINTAR em qualquer fossa naquela zona geográfica. O local de descarga é o referido anteriormente.
No seguimento da denúncia deslocaram-se estes serviços ao local mencionado pelo jornal “O Tabuense”, não tendo verificado a existência de qualquer fossa junto à estrada que liga Vale de Feitoso a Ázere, conforme é mencionado pela denunciante, ao jornal.
Verifica-se nesse local a existência de uma caixa de visita de saneamento em perfeitas condições de serviço e estanquidade.
Não há qualquer indício de que aquela caixa tenha sofrido qualquer tipo de entupimento nem se verifica qualquer vestígio de águas residuais no local conforme é mencionado pelo repórter José Leite.
Não é referido em momento algum que a cisterna referida na denúncia se encontrava ao serviço da AINTAR.
Apesar de a AINTAR ter uma ação vigilante relativamente a transportes não autorizados de águas residuais através de meios móveis alheios a esta entidade, não possui registos de que operadores não autorizados efetuem descargas ilegais em coletores públicos de saneamento.
A AINTAR não possui nos seus registos nenhum pedido de ramal de saneamento em nome de Glória Conceição, conforme é afirmado no email recebido pelo Jornal. Resumindo, não existe qualquer evidência de descarga de águas residuais no local referido, no entanto a deteção de qualquer descarga efetuada por veículos de transporte de águas residuais ou operador sem identificação AINTAR deverá ser denunciada a esta Entidade Gestora ou à Brigada Ambiental da GNR.
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