Reflectindo este tempo de férias, a Reunião Pública da Câmara de Tábua que ontem, quinta-feira, teve lugar no Salão Nobre dos Paços do Concelho, não trouxe grandes novidades. A maioria dos vereadores de ambas as forças partidárias fez-se representar pelos seus substitutos, a sala estava vazia de público. Havia a expetativa que o presidente ou a oposição abordassem o tema que foi nesse mesmo dia manchete do jornal “O Tabuense”, de inegável interesse público, ou seja, o fato do recém- inaugurado Centro Municipal de Proteção Civil de Tábua apresentar o seu telhado fabricado em placas de fibrocimento, uma matéria que contem amianto considerada cancerígena, cuja utilização no mercado foi legalmente proibida desde junho de 2005, abrangendo todos os tipos de produtos que o contenham.
Falando sobre essa inauguração, Ricardo Cruz preferiu evidenciar a importância de “ter mais uma infraestrutura digna ao serviço da população ao longo do ano todo”, parabenizando “as excelentes instalações”, e os elementos ligados à Proteção Civil que possibilitaram “o pleno funcionamento da mesma”.
E os parabéns alargaram-se ainda à jogadora da seleção feminina de futebol, Kika Nazaré, que tem família na localidade de Vila Nova de Oliveirinha, que, segundo acentuou o Presidente, “se tornou a jogadora mais nova de sempre a marcar um golo numa seleção”, no caso, ao Vietnam, que defrontou e foi derrotado pela equipa das quinas no jogo disputado no Mundial na Nova Zelândia.
De lamentar que o recente desaparecimento de Barata Portugal, antigo Presidente de Câmara, uma das maiores e ilustres figuras a que Tabua tanto deve em termos de desenvolvimento , não tenha sido objeto de qualquer referência, quer pelos elementos do PS do executivo, quer pela oposição do PSD. Sabemos que essa menção e um voto de pesar tiveram lugar numa reunião privada da vereação realizada anteriormente, mas a figura, o historial e, sobretudo, a memória que representa para muitos tabuenses e para o concelho a figura do Eng.º Barata Portugal, mereceriam uma nova e singela evocação numa reunião pública de Câmara e que estava ser transmitida em direto pelo Facebook. Uma nota que ficaria bem numa sessão onde a falta de relevância dos temas em discussão foi por demais evidente – um deles, por exemplo, foi a deliberação sobre a participação do Município na ANAM (Associação Nacional de Assembleias Municipais), tendo de pagar uma cota anual de 1250 euros.
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