PRODUTO CANCERÍGENO NO TELHADO DO CENTRO MUNICIPAL DE PROTEÇÃO CIVIL DE TÁBUA

PRESIDENTE DA CÂMARA NÃO ESCLARECEU A “O TABUENSE” A PRESENÇA DE MATERIAL CONTENDO AMIANTO, UMA MATÉRIA ALTAMENTE PERIGOSA PARA A SAÚDE, NA ESTRUTURA DO EDIFÍCIO INAUGURADO PELO MINISTRO DA ADMINISTRAÇÃO INTERNA

O recém-inaugurado pelo Ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, Centro Municipal de Proteção Civil de Tábua, apresenta o seu telhado fabricado em placas de fibrocimento, uma matéria que contem amianto considerada cancerígena, cuja utilização no mercado foi legalmente proibida desde junho de 2005, abrangendo todos os tipos de produtos que o contenham.

Através de fotos panorâmicas obtidas no local, nota-se que a estrutura superior do edifício apresenta mesmo fissuras, principalmente junto à porta de entrada por onde entraram as altas individualidades no dia da inauguração, o que poderá provocar a libertação para a atmosfera de fibras de amianto, vendo-se ainda no chão, encostadas à parede, placas do telhado.

O amianto é um mineral natural cujas fibras podem ser separadas em fios finos e duradouros. É um produto largamente utilizado na construção civil designadamente com a incorporação de fibrocimento (em telhas, chapas perfiladas para coberturas e revestimento de paredes, produtos moldados pré-fabricados, etc.) devido à sua durabilidade, resistência à tração e baixo custo.

Desde junho de 2005 que é proibida a colocação no mercado e a utilização de todos os tipos de amianto e de produtos que o contenham.

Esta substância particularmente perigosa foi, inclusive, classificada como cancerígena da categoria 1A no Regulamento (CE) n.º 1272/2008 relativo à classificação, rotulagem e embalagem de substâncias químicas. Se os produtos que contêm amianto estiverem deteriorados, como parece acontecer em vários sectores do telhado em fibrocimento que detetamos no edifício do Centro Municipal de Proteção Civil de Tábua, as finas fibras, depois de se espalharem numa vasta área envolvente, podem ser inaladas, dando origem a doenças como a amiantose, o mesotelioma e outras formas de cancro.

Torna-se, por isso, incompreensível que numa estrutura municipal dotada da mais moderna tecnologia, a qual será colocada ao dispor dos agentes locais de Proteção Civil (como fez questão de acentuar o Município na sua página oficial do Facebook), destinada a proteger precisamente os cidadãos, possa conter materiais com amianto, constituindo um risco para os mesmos.

Uma matéria que o Presidente da Câmara não explicou depois de “O Tabuense” lhe ter enviado um email, indagando se confirma estes factos, e se não considera que a utilização num Centro de Proteção Civil de um material com estas características, onde vão estar pessoas a trabalhar de forma permanente, não constituirá um risco para a saúde das mesmas? Até ao fecho desta edição não recebemos qualquer resposta do edil de Tábua.

Texto: José Leite
Fotos: Nuno Pereira

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