TURISMO EM DESTAQUE NA ASSEMBLEIA MUNICIPAL EM MOURONHO
O Presidente do Turismo do Centro Portugal, Pedro Machado, foi o orador convidado da sessão ordinária da Assembleia Municipal que se efetuou no passado dia 30, em Mouronho. Mas os principais intervenientes acabaram por ser os munícipes no final da reunião, os quais, de uma forma descomplexada, apresentaram as suas reivindicações, alertaram para as falsas promessas dos vários executivos e para situações que são um grave atentado à saúde pública, como acontece nos Pousadouros, onde os resíduos de um lar são depositados em três caixotes à porta de uma habitação, uma situação que é do conhecimento do Presidente da JF que foi anfitrião desta sessão.
Naturalmente que a temática principal versou sobre o Turismo numa altura em que o concelho tem apresentado vários focos emblemáticos nesse âmbito, nas quais avulta a inauguração do Trilho dos Gaios e a atribuição da bandeira azul à praia fluvial da Ronqueira. Pedro Machado enfatizou que o Turismo é hoje em dia “uma indústria poderosa que gerou em 2022 uma receita de 20.8 mil milhões, o que é o equivalente a um PRR por ano, representando mais de 16 por cento do “nosso Produto Interno Bruto”, sendo uma atividade transversal a todos os setores. Considerou que nos dez ativos estratégicos que potenciam o nosso turismo e que se evidenciam na marca Portugal, “ Tábua possui pelo menos nove”, frisando que há uma procura por territórios de baixa densidade, “pelas nossas praias fluviais, barragem, montanha, circuitos pedestres, a gastronomia, manifestações artísticas, culturais e desportivas ”.
“E por isso só faz sentido Tábua manter essa aposta estruturada no presente e para o futuro no Turismo”, acrescentou.
Na sua intervenção, o vereador do PSD, Vítor Melo, sustentou que tudo aquilo que vincula a identidade do povo português, muito elogiada e procurada pelos estrangeiros que nos visitam, “está a ser posto em causa no interior, devido aos incêndios e à consequente insegurança que provocam e ao êxodo da população jovem”.
Paula Ribeiro, líder da bancada social-democrata, lançou a sugestão de se organizarem Workshop junto dos jovens sobre estas temáticas ligadas ao Turismo, de forma a sugestioná-los para uma matéria que tende cada vez mais a ser importante na sociedade tabuense. E sustentou que para se ter um turismo de qualidade, “tem de haver aldeias com capacidade para atrair essas mesmas pessoas”, referindo-se às metas ainda não atingidas pela levar o saneamento básico onde falta em vários locais do concelho e ao crescente abandono a que as aldeias estão a ser votadas.
Depois de relevar o bom trabalho que o Município está a desempenhar no âmbito do Turismo, respondendo à deputada do PSD, Ricardo Cruz ironizou que “muitas vezes parece que estou a viver num concelho diferente do que alguns estão a querer pintá-lo”, relevando que se está a fazer esquecer todo o trabalho que está a ser feito pelo desenvolvimento de Tábua durante um mandato que vai a meio. ”Não sei a que documento se referem para dizer que os jovens estão a fugir do concelho ”, aludindo, às iniciativas desenvolvidas para os fixar, nomeadamente à feitura do Plano Estratégico para Juventude, à oferta dos Cursos de Pós-graduação que serão ministrados em Tábua já a partir do próximo mês de setembro. E sobre o saneamento aludiu aos já 3,5 milhões de investimentos realizados. Mas reconheceu que “não será possível em quatro anos de mandato colocar o saneamento em todas as casas, mas também não me lembro de nenhum mandato com tanto investimento básico como este”.
Uma sessão que conheceu alguma agitação no final, na parte respeitante á intervenção do público. E surgiram pessoas de várias localidades a reivindicar os seus direitos. Desde logo, Fernando Andrade, antigo autarca e uma figura emblemática de Mouronho, que destacou as dificuldades no trânsito na localidade, principalmente na Rua Comendador Francisco Taborda, uma situação que sido objeto de reclamações há pelo menos sessenta anos sem resultado a vista. Conceição Rocha focou a falta de limpeza nas aldeias e nos caminhos questionando o que a Câmara está a fazer para ajudar aqueles que não têm posses para efetuar a limpeza nas suas propriedades, principalmente os mais idosos, alertando ainda para o fato de os chafarizes estarem ao abandono na Pereira, não havendo ainda bocas-de-incêndio na aldeia, uma situação perigosa em caso de incêndio. Fernando Rocha também morador na mesma aldeia, alertou para a falta de saneamento, pondo em causa a eficácia e a burocracia dos serviços da AINTAR quando foram chamados efetuar a limpeza da fossa da sua casa. Houve ainda quem falasse nas falsas promessas de ajuda para instalar a Comissão de Melhoramentos do Fontão, depois de ter investido 25 mil euros na compra de uma casa que estava em ruínas. Uma moradora de Alvoeira chamou a atenção pata o fato de não haver abastecimento público de água, e a que sai dos furos apresenta um aspeto ferrugento; uma outra freguesa, Laurinda, com casa em Pousadouros, denunciou uma situação que é um atentado à saúde pública, pois tem à sua porta três contentores de lixo onde são depositados resíduos dos utentes de um lar, uma situação que, segundo disse, é do conhecimento do presidente da JF de Mouronho, anfitrião desta reunião descentralizada da Assembleia Municipal.
Nota ainda para o voto de pesar aprovado por unanimidade pelo falecimento de Acácio Dinis, antigo autarca em São João da Boa Vista.,
Faça o primeiro comentário a "QUANDO O POVO FOI QUEM MAIS ORDENOU"