O SEGREDO BEM ESCONDIDO DE UMA COMUNICAÇÃO EM “CIRCUITO FECHADO”

   Para quem tem estado atento, o Presidente da Câmara de Tábua revela na maior parte das intervenções que faz nas reuniões de Câmara, um fetiche pela comunicação social, em especial, pel` ” O Tabuense”. Este jornal, que tem décadas de existência e que foi amado por uns e odiado por outros, que leva a todo o mundo o que se passa de bom mas também o que de mau ocorre em Tábua, um jornal que tem um dono que não o deixa cair por achar que um meio de comunicação social é de relevante interesse para a comunidade, pois se não existisse esse órgão, os tabuenses estariam limitados a “consumir” apenas a “voz” de quem domina atualmente na Câmara. Não o deixou cair no início do século XXI, nem o deixou cair nos últimos 7 anos. É assim a história resumida de uma identidade que se mantém bem viva e incómoda ao longo dos tempos. 

  Voltando às inclinações “comunicacionais” do Sr. Presidente: faz um pouco de confusão constatar que o mesmo não se refira à presença de outro tipo de comunicação social no concelho. Aquela que ele patrocina com dinheiro de todos os tabuenses e de toda a região do Planalto Beirão e não só. Já não bastava o Boletim Municipal como meio propagandístico das atividades do executivo PS, e ao qual a oposição tem acesso limitado, temos, igualmente, a circular pelo concelho um outro “boletim”, travestido de jornal que veicula notícias, iniciativas e opiniões dos que estão ligados ao poder da máquina do PS …e quando falamos em máquina, referimo-nos não só à autarquia mas a outras associações, instituições, figuras e figurões que giram também em redor desse poder que chega a ser claustrofóbico.  

  Presença assídua nas reuniões deste mandato está uma colaboradora da Adeptoliva (Escola Profissional de Oliveira do Hospital, Tábua e Arganil), que emprega, na sua maioria, pessoas afetas ao Partido Socialista. Sublinhe-se que se deve retirar Arganil deste “triunvirato, que já não tem polo, mas tem militantes “rosa” que não tiveram acesso à Câmara Municipal gerida pelo PSD mas que encontraram o seu porto de abrigo em Oliveira do Hospital ou Tábua.  

  Essa mesma cúpula (Eptoliva), que tem como colaboradora a jornalista em causa, que, por sua vez, faz uns trabalhos para uma rádio de Oliveira do Hospital e um canal de TV online, é dirigida pelas autarquias de Tábua e Oliveira do Hospital, com David Pinto e Daniel Costa à cabeça e, na Assembleia Geral, pela Adiber, representada pelo chefe de gabinete do Presidente da Câmara de Tábua, Miguel Ventura.

 Mais interessante de perceber é que para captar alunos fora da época das inscrições (Setembro/Maio) a Eptoliva gasta milhares de euros em publicidade, nomeadamente, nesses mesmos órgãos de comunicação onde a jornalista trabalha.

   Mas há mais neste autêntico “circuito fechado” comunicacional montado pelo PS. É que a Ecobeirao, onde Ricardo Cruz é Presidente do Conselho de Administração e o Planalto Beirão onde é vogal, são igualmente patrocinadores permanentes desse jornal. Só falta as Águas da Serra da Estrela começarem a promover os seus trabalhos através de publicidade nesses mesmos locais de informação ou prestação de serviços…

  Para todos os efeitos, o Sr. Presidente da Câmara de Tábua acaba por ser o “patrão” dessa jornalista, a qual, ao contrário do que se passa no jornal “O Tabuense”, é paga através de dinheiro dos impostos dos tabuenses e oliveirenses e de todos os contribuintes desta região.

  Afinal, à imagem do que se passa com o Presidente do seu partido (referimo-nos a António Costa que usa e abusa da comunicação para se livrar das grandes alhadas, como aconteceu esta semana após a demissão do ministro Galamba), Ricardo Cruz tem jeito para a comunicação. Usa-a como forma de sustentabilidade, como meio promocional, e…sem custos, pois quem paga, é o povo.

 Declaração de interesses: A Eptoliva faz um trabalho de excelência na região. No entanto, todos os gastos em publicidade, especialmente aquela que é  vista como desnecessária, deveriam reverter em parte para aplicar nas condições da escola, nos cursos lecionados e, em especial, nos alunos, pois a escola deve estar ao serviço da população e não das vontades políticas.

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