CONTESTAÇÃO NA SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE TÁBUA

CORTES SALARIAIS E ATRASOS NO PAGAMENTO DO SUBSÍDIO DE NATAL

“Os constrangimentos financeiros obrigam a uma necessária restruturação financeira e a melhor planeamento da gestão de sectores vários, para otimizar os recursos comuns a todas as valências da Santa Casa da Misericórdia”, referiu a Provedora a “o Tabuense”.

“A Santa Casa da Misericórdia de Tábua está de mal a pior desde que a nova provedora tomou posse e tem feito de tudo para pôr as funcionárias sem vontade de continuar o fantástico trabalho que sempre fizeram. Toda a gente fala e vê que o Hospital de Cuidados Continuados e as outras valências estão de parabéns, dada a forma como os nossos Idosos são tratados”, este o teor de uma carta recebida pelo jornal “o Tabuense” denunciando situações de cortes salariais, pagamentos em atraso do subsídio de natal na Santa Casa da Misericórdia de Tábua.

   “Mesmo assim, as empregadas fazem todos os sacrifícios e dedicam muitas horas do seu tempo para bem da Instituição e a senhora provedora, a primeira coisa que fez, foi tirar do ordenado de quem menos ganhava, tudo o que passava do mínimo, uns 20 euros, outros 30, e ainda  outros 10. Só não tirou a quem ganhava muito. O subsídio de natal nem falar dele do ano de 2020 e já se fala no corte de despesas na alimentação e bem-estar de todos os nossos Idosos a que estão habituados”, refere-se ainda na citada carta,

   Transcrevemos mais um excerto: “ Com a chegada da covid. todas as pessoas daquela instituição trabalharam 13 e 14 e mais horas ao dia para que tudo fosse possível e não houve um obrigada. Acho que há utentes que pagam 1300 e mais ao mês e que deviam ser bem tratados”, frisa, acrescentando que os empregados não renegam esse esforço, apesar de “toda a gente andar desanimada, porque nunca se viu um patrão dar 20 ou 30 euros a um funcionário e daí a 2 ou 3 anos chegar outro e tirar isso”, numa alusão ao tempo do anterior provedor, capitão Ferreira Marques, em que esses subsídios complementares foram integrados nas folhas salariais dos funcionários.

  “É com muita tristeza que vimos uma casa cair, tendo tão boas condições. Claro que se é preciso cortar no orçamento, concordo, mas não de quem ganha menos e quem está entregue aos cuidados da instituição”, refere ainda o autor da carta.

  Posteriormente, chegaram informações a “ O Tabuense” que a instituição estaria ponderar dispensar o pessoal da cozinha, e, como alternativa, contratar uma empresa de “catering”.

PROVEDORA ESCLARECE

  Naturalmente, importava ouvir a Sra. Provedora, Dr.ª Sandra Mêna, que fez chegar ao nosso jornal o seguinte esclarecimento que publicamos na íntegra:


  “A  actual Mesa Administrativa tomou posse em  Janeiro de 2021, conforme é do conhecimento público.

     A actual Mesa Administrativa debate-se com constrangimentos financeiros vários, que provêm de  dificuldades várias e que se agudizaram nos últimos anos, conforme é do conhecimento público.

   No universo de colaboradores da Santa Casa da Misericórdia, uma parte dos mesmos aufere os respectivos subsídios em duodécimos e os demais colaboradores , por escolha própria, optaram pela forma tradicional.

    O subsídio de Natal, que se venceu no ano de 2020, quanto a estes últimos colaboradores, não foi pago no ano de 2020.

    A actual Mesa Administrativa irá assumir o pagamento efectivo deste direito laboral, conforme informação interna do presente mês.

   Não corresponde à verdade, que a actual Mesa Administrativa, esteja a pensar contratar uma empresa de catering para dispensar colaboradores do sector alimentar.

    A Santa Casa  da Misericórdia de Tábua não irá dispensar as suas actuais colaboradoras do sector alimentar, nomeadamente da cozinha.

   Desconhecemos, a autoria da irresponsabilidade de tal rumor e  que afecta a vida da instituição e das colaboradoras.

    A actual Mesa Administrativa não efectuou qualquer corte salarial aos seus colaboradores, sendo que aplicou o imperativo legal de aumento do salário mínimo nacional e aguarda instruções superiores ou seja Portaria Governamental para o Sector Social.

    A Pandemia COVID 19 e o recente surto epidémico que atingiu  2 valências da Santa Casa da Misericórdia, sem dúvida que têm causado desgaste e natural cansaço nos seus colaboradores, cujo esforço é reconhecido pela Mesa Administrativa.

    Os constrangimentos financeiros obrigam a uma necessária restruturação financeira e a melhor planeamento da gestão de sectores vários, para otimizar os recursos comuns a todas as valências da Santa Casa da Misericórdia.

   A Mesa Administrativa, Sandra Mêna”

FOTOS: MANUEL PEREIRA

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