FERNANDO TAVARES PEREIRA COMENTOU O PLANO DE RECUPERAÇÃO E RESILIÊNCIA

“SOMOS SEMPRE O PARENTE POBRE DO PAÍS E ISSO TEM DE ACABAR”

“SERÁ QUE NEM COM UMA BAZUCA VAMOS CONSEGUIR ATINGIR O NOSSO DESENVOLVIMENTO”,REFERE O EMPRESÁRIO TABUENSE NUM TEXTO QUE PUBLICOU NA CONSULTA PÚBLICA DO PRR, CRITICANDO OS APOIOS PARA O INTERIOR E DEMAIS REGIÕES DESFAVORECIDAS.”SÓ SE LEMBRAM DE FALAR DE NÓS, QUANDO ESTAMOS EM ELEIÇÕES”

  “ Eu, sou um empresário do interior, trabalho por minha conta há cerca de 50 anos. Muito se fala no Interior e nas regiões desfavorecidas, mas, infelizmente, só se lembram de falar em nós quando estamos em eleições. Sei que temos menos votos que outras regiões, mas se não fosse o Interior de Portugal, os apoios da União Europeia não vinham para Portugal. Os Incentivos vêm para o desenvolvimento das regiões desfavorecidas e para a coesão territorial, só que isso não passa de promessas. Vejamos que estamos numa região onde, há cerca de 35 anos, tínhamos mais condições de vida que hoje, havia investimentos, havia liberdade e o que temos hoje? 

  Hoje não temos liberdade, tudo se amedronta quando se dá uma opinião diferente dos governantes, sejam ele quem sejam. Pois a região da Beira Serra continua sem acessibilidades que são sempre promessas em altura de eleições. A Nacional 17 e as suas ligações são uma vergonha, causando muitas perdas de vidas e causando um caos financeiro a famílias e empresas, dadas as condições precárias, que causam prejuízos aos seus veículos e com as restrições de circulação que levam a uma autêntica caça à multa. Há mais de 35 anos que o seu troço se mantém praticamente sem alternativas dignas do século XXI. Ora não havendo acessos, como podem haver investimentos privados? A vertente norte da Serra da Estrela tem sido mantida ao abandono durante décadas, também porque a maioria dos municípios não se tem preocupado com o crescimento dos seus munícipes, servindo só os interesses de alguns, deixando empresas sem qualquer apoio para que possam competir com as de outras regiões próximas.

   Estamos num chamado “triângulo das Bermudas”, a sensivelmente 60 km de Viseu, 70 km de Coimbra e 80 km da Guarda e Covilhã, demoramos mais de 2 horas em alguns casos para poder chegar em segurança. Se falarmos em chegar ao Porto, Braga ou a Lisboa, então nem se fala.Já fica mais barato ir a Madrid do que ao Porto ou Lisboa. Não acham isso suficiente para que algo se faça definitivamente pela região?

   Estão os empresários locais de parabéns, pelo que lutam diariamente contra todas estas adversidades.Mesmo assim têm força e não desistem da sua região. São eles que criam empregos, que exportam, que continuam a investir, mas cada ano que passa, menos gente cá vai ficando. Vamos ficando sem centros de saúde, sem hospitais, sem tribunais, com escolas fechadas e sem formação especializada e com a agravante da catástrofe de Outubro de 2017, tudo piorou… Os agricultores da região, pequenos e grandes ficaram na sua maioria sem apoios e ainda estão muitas famílias sem habitação própria. Fomos mais uma vez desprezados. Muitas foram as promessas, mas os apoios não chegaram. Está na altura da região estar à altura das outras regiões de Portugal. Mesmo pertencendo às recém criadas Cim´s, o que fazem elas pela nossa região? Só precisam dos concelhos mais desfavorecidos para receber os apoios, porque, depois, os apoios vão para as zonas mais desenvolvidas. Isso não é apoiar as regiões mais desfavorecidas. Somos sempre o parente pobre do país e isso tem de acabar.

  Quero que a minha região tenha apoios para desenvolver a qualidade de vida. Quero acessibilidades dignas, entre estas, nos concelhos da Beira Serra para Coimbra/Viseu/Guarda/Covilhã/Espanha, quero apoio médico ás populações da região, quero ensino qualificado para os jovens cá terem futuro, quero apoio ao território local apoiando a Agricultura e a Floresta. Quero o que nos prometeram ao longo dos anos e nos tiraram ao longo da vida.

Faça o primeiro comentário a "FERNANDO TAVARES PEREIRA COMENTOU O PLANO DE RECUPERAÇÃO E RESILIÊNCIA"

Comentar

O seu endereço de email não será publicado.


*