P – PLANO, D – DIRETOR, M – MEDÍOCRE

 “Dizem-nos que podemos consultar e protestar, só que, na verdade, não há nada a fazer. Se não há nada a fazer, para que se diz que há uma consulta pública, para contestar o PDM?”

O plano diretor municipal, diga-se de verdade, de municipal não tem nada, pois deveria-se chamar apenas plano diretor.

Se não vejamos, se é um plano diretor municipal, logo aqui há uma enorme contrariedade, pois segundo o atual executivo, a câmara municipal é a ultima entidade a ser ouvida neste ambito, pois dizem eles,quem decide o plano diretor municipal são entidades privadas e que o município nada pode fazer.

Os tempos mudam, os anos passam, contudo, nada se altera, e quando se deveria mudar e alterar, pensamos nós que deveria ser para melhor. Só que não, infelizmente, vamos de mal a pior. A revisão do PDM anda nisto há mais de 30 anos. Sabemos, que as revisões ou alterações nunca vão agradar a todos. Contudo, seria salutar que as partes envolvidas nesta atual revisão viessem a público, ou, quem sabe, a uma comissão de inquérito na assembleia da república, explicar as bases, fundamentos, escolhas, impedimentos na gestão urbanística do nosso concelho.

Há coisas que não têm explicação. Em locais com todas as infraestruturas, saneamento, água, luz, telecomunicações, zonas principais, com casas já habitáveis,como é possível ficarem de fora do novo plano diretor municipal? Mais grave que isto é haver terrenos urbanos há mais de trinta anos, que sempre pagaram contribuições elevadas, por serem urbanos, passarem agora para terrenos rusticos, reserva agricola?

Poderia dar centenas de exemplos de várias pessoas penalizadas e descontentes, mas para já, não o vou fazer, e em tempo oportuno, vamos pôr tudo na praça publica.

Agora vou falar a titulo pessoal, da minha família, em que nós fomos fortemente prejudicados. Temos um terreno urbano em tábua, numa das melhores zonas da vila, com nove mil metros, onde estavamos a trabalhar para, naquele local, serem construídas

Várias moradias. Contudo, para o nosso espanto, este nosso terreno passou agora para zona de reserva agricola/rustico. Estamos a falar num prejuizo superior a 350 mil euros. Mas nós não ficamos por aqui, estamos a ser penalizados em mais terrenos.

Mas a exemplo do que aconteceu connosco, são centenas os testemunhos de pessoas na mesma situação. Há coisas que não têm explicação, há vários testemunhos de pessoas que têm terrenos e que se questionam: “o meu não dá para construção, mas o do meu vizinho ao lado, encostado ao meu, dá para construção porquê? Como é possível? 

Justificação? Uns são filhos e enteados, os outros não? Temos casos dentro da vila de tábua, mais precisamente no centro da vila, com casas de um lado e de outro da estrada, e, no meio, está um terreno que não dá para construção, porque motivo? Este caso é bastante conhecido: trata-se de um terreno que se encontra ao pé dos estaleiros da câmara e do edifício cultiva.

Pior que isto tudo, é percebermos, que no decorrer da consulta pública do novo PDM, que, no entanto, já terminou, quem contestou, quem se deslocou aos gabinetes da câmara e falou com os técnicos do município, foi-lhe dito sempre o mesmo, que eles não tinham culpa, que era da responsabilidade das entidades privadas, que são estas que decidem e avaliam.

Dizem-nos que podemos consultar e protestar, só que, na verdade, não ha nada a fazer. Se não ha nada a fazer, para que se diz que há uma consulta pública, para contestar?

Sinceramente, quando ouvimos falar que há falta de habitação, quando ouvimos falar que os propietários não limpam os seus terrenos, olhando para tudo isto, dá que pensar , que não batem certo estas retóricas. Querem mais habitação? Querem os terrenos limpos? O que é que vocês querem afinal, que ninguém vos entende? Querem uma passadeira vermelha para aplaudirmos a gestão que fazem do nosso território? São as entidades privadas, os técnicos, os políticos, ou os mais jovens que vão cultivar esses terrenos? Definam o que vocês querem de uma vez por todas, pois vocês representam o povo, foram eleitos para defender os nossos interesses, o interesse de todos , igualdade, tratamento, direitos e deveres iguais para todos. Não há ricos nem pobres, não há feios nem bonitos, o que tem que haver é igualdade sempre!

Chega de palcos vips para os ricos, e de recintos para os pobres. Um conselho: venham para a rua, vejam o que se passaou com os mais antigos, tirem o cú das vossas secretarias, pois são eles os mais antigos a voz da experiência. A vaidade e uma gravata não são mais relevantes, que umas galochas e fato macaco.

Tábua merece mais, Tábua merece alguém que defenda os interesses de todos, e não apenas de alguns. Tábua é de todos e para todos.

Texto de Nuno Morais

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