PREÇO DA MAQUIA MANTEVE-SE PARA ENCORAJAR OS JOVENS NA APANHA DA AZEITONA
No lagar e destilaria da Extrazel, nos Tojais, a azáfama era grande naquele princípio de tarde. O parque de estacionamento cheio de veículos carregados com azeitonas é um fator demonstrativo da crescente procura, como nos destaca Nuno Morais, um dos responsáveis:
“Temos tido um crescimento em termos de clientes, apesar de haver anos de pouca quantidade e qualidade de azeitona. A procura de novos clientes pelos nossos serviços tem aumentado cada vez mais, o que faz de nós, um lagar de referência a nível regional e distrital”.
A Extrazel tem recebido clientes novos, todos os anos, vindos das mais diversas regiões do país: “Vêm de Pedrogão Grande, São João da Pesqueira, Covilhã, quer dizer, a distância para eles é o menos importante, pois, acima de tudo, procuram qualidade e atendimento”, frisa Nuno, embora precise: “Não é novidade que o nosso forte são os clientes da nossa região, contudo, atualmente, mais de 60% dos clientes são provenientes da Mealhada, Cantanhede, Coimbra, Águeda, Anadia, Mortágua e Tondela.
O lagar está aberto já há 15 dias, 24 horas por dia. Para os seus responsáveis, “tem sido uma agradável surpresa, pois estávamos à espera de um ano mais calmo e de menor produtividade, contudo, nestes primeiros 15 dias , fomos surpreendidos por uma afluência muito grande”.
Pelo quarto ano consecutivo, o preço da maquia manteve-se nos 0,70 cêntimos por litro, “pois achamos fundamental incutir na geração mais nova que ainda vale a pena plantar olivais e colher azeitona. O custo de vida está tão elevado que não podemos desencorajar as pessoas a deixar de apanhar azeitona”.
O consumidor final tem-se queixado do crescente aumento do azeite nos locais de venda, mas, seguindo explica Nuno Morais, esta época, devido ao fator de os espanhóis terem o melhor ano de sempre esperado em produção de azeite, estamos a prever que o preço do azeite de venda ao público venha a baixar”.
O empresário revela que uma grande parte da produção nacional vai para o mercado espanhol, que é uma das razões pelas quais os preços sobem em Portugal.“E temos o caso da Itália que é o maior exportador de azeite sem ser produtor. Compra avultadas toneladas a granel e, depois, exporta para o mundo inteiro”, acrescenta.
Nesta fase, todo o azeite que a Extrazel produz para venda ao público tem tido um escoamento imediato, um fato que está a preocupar os donos da empresa, “pois a procura é muito grande nesta altura do ano”.
Criada em 1996, João Morais assumiu em 2012 a totalidade da empresa. Tem investido cada vez mais nas suas infraestruturas e modernização, nomeadamente, no recurso à energia limpa, verde, tendo instalado 150 painéis solares nas instalações.
Vê-se que João gosta do que faz, aprecia esse convívio na empresa, seja com os trabalhadores ou com os clientes que ali afluem. Diz que a produção este ano “é muito reles, mas a qualidade é superior à que existe em Espanha, por isso, é que nos vêm buscar o produto”. E quanto ao palato da azeitona, não tem dúvidas em afirmar que é muito superior à do Alentejo, “temos maior acidez, talvez por causa da maturação”.
Tratando-se de uma empresa familiar, onde o pai e a irmã trabalham (Mariana trata do escritório, tem 22 anos e está na Extrazel há quatro), Nuno Morais aproveita a entrevista a “O Tabuense” para agradecer o esforço de todos os colaboradores e funcionários, que já fazem parte da casa há longos anos,”pois, sem eles ,também não seria possível o nosso crescimento sustentado, pois cada vez mais é difícil arranjar pessoal capacitado para este tipo de trabalho sazonal.
“Contudo, contamos com a ajuda fundamental de um membro da família, o Alfredo Lerias, é um filho da casa, da Mariana, Nuno , Henrique , Mónica, João, a Maria João o João Morais, o proprietário. Contamos há vários anos, com funcionários que fazem sacrifícios, e são eles o Luís Rocha, o Pedro Carvalheira, Nuno Santos, todos eles do corpo de Bombeiros de Vila Nova de Oliveirinha, a todos o nosso muito obrigado, vocês são a cara da nossa empresa”.
Uma menção que fica bem como remate final desta reportagem, elucidativa da unidade existente com a finalidade de a manter cada vez mais viva, tornando-a uma das referências do concelho. “Um por todos e todos por um”, o lema dos três mosqueteiros que se aplica bem à Extrazel.
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