S. SIMÃO: UMA FEIRA SEM ALMA

Sem público e com uma dúzia de feirantes, sem o espírito tradicional, foi desta forma que, pelas 11 horas da manhã de sábado, nos deparamos com a Feira de S. Simão. O bom tempo ajudou e era previsível uma enchente e uma grande afluência de feirantes. O que não aconteceu e o desapontamento foi geral da parte de muitos habitantes da aldeia que já não acreditam que volte aos seus dias de esplendor do passado.  

Nem os tradicionais torresmos foram vistos, resguardados que estavam no interior da única roulotte de venda de comida, com uma pequena tenda montada ao lado, onde a primazia foi dada aos grelhados, frango assado e sandes de febras.

Havia muitos espaços vazios nos retângulos reservados aos feirantes, e, nestes, destacavam-se os vendedores de velharias e antiguidades, legumes, frutas, carnes, roupas, plantas.

Mas eram escassos e o desabafo que nos foi feito pelo Ti Armando, de Alvoeira, conhecido tabuense, foi bem significativo do descrédito geral respeitante a uma feira que muita gente acredita não devia ter mudado de data, pois, como era tradição, realiza-se no dia 28 de novembro: “Mas esta é a feira de S. Simão? Vim aqui comprar uns canelos e nem isso encontrei. No meu tempo havia gente, gado até pessoas a cozinharem torresmos nas panelas de ferro. Isto é uma tristeza”.

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