ALTERAÇÃO DA DATA DA FEIRA DE SÃO SIMÃO PROVOCA “ONDA” DE PROTESTOS«
”Há dois anos como em 2023 foi anulada devido ao mau tempo e à falta de condições para os feirantes. Este ano a polémica voltou a ter lugar ao ser conhecida a decisão da Câmara Municipal de Tábua de realizar a Feira de São Simão no próximo dia 2 de novembro, quando, manda a tradição, é o povo que o diz, a feira teve sempre lugar nos últimos dias de outubro, geralmente a 28.
Há quem fale em protecionismo a um outro evento que vai ter lugar no concelho na mesma data organizado pelo MK Mákinas, que a mudança vai acabar com esta tradição bem enraizada na aldeia. Enquanto, do outro lado da “barreira”, num tema que tem sido discutido de forma bem acalorada, haja quem sustente que a alteração para o fim-de-semana do Dia dos Finados trará mais pessoas ao evento, dado que em cada ano que passa, “há cada vez menos gente”.
Com as posições bem extremadas, “O Tabuense” ouviu dois habitantes da aldeia, que à nossa chegada a São Simão, foram ter connosco para desabafar: “Eles querem matar as tradições. Sou socialista, mas, como já disse no Facebook, acho que os políticos são uns troca-tintas ao alterarem a data da nossa feira por conveniência de (compadrios) beneficiando uma associação com meia dúzia de anos, que, de tradição não tem nada. Faço um apelo aos meus amigos políticos para respeitarem as tradições, acima de tudo, o povo da aldeia de São Simão”, refere António Fonseca, garantindo que os moradores da aldeia não foram consultados sobre essa matéria. E acrescenta que o facto de a feira coincidir com o Dia dos Finados caía mal junto da população organizar nesse mesmo dia um momento com música para animar os visitantes. ”Deviam ter passado a prova motorizada para a data a seguir, nunca obrigar a que a Feira de São Simão passasse para outra data. É simplesmente vergonhoso”, sublinha António Fonseca, que fez questão de nos mostrar uma placa afixada na capela da aldeia, onde consta a data em que se começou a organizar uma festa em honra do santo patrono: outubro de 1761.”Foi a partir daí que se começaram a fazer as romarias e surgiu a feira”, frisa.
Alvo de críticas tem sido Luís Cunha, o presidente da Associação de Melhoramentos de São Simão, que chegou a ser acusado de não defender os interesses do povo de São Simão, submetendo-se aos ditames da autarquia tabuense.
Luís Cunha refuta essas críticas: “ Há mais de 20 anos que o povo não é ouvido sobre a data da realização da feira. Quem manda na orgânica da feira é a autarquia, e o que esta me disse é que como havia um feriado prolongado, era melhor organiza-la nesse fim-de-semana. Disseram-me que ouviram os feirantes e eles concordaram com a data”, sustentou, frisando que a Associação sempre fez questão de demonstrar junto da edilidade que queria ser uma parte integrante na realização do certame.
Luís Cunha acentua que a data tradicional da feira é 28, mas quando foi assinado um contrato com a Câmara, há 20 anos atrás, quebraram essa regra”, sublinhando que o comércio local dava um dia de férias. Faz um apelo para que o povo se una no sentido de pressionar a autarquia a melhorar as condições em que se realiza a feira, onde não há instalações sanitárias ou, para os feirantes, que pretendam vir na véspera, pernoitarem.
“Acham bem que se organize uma feira com cinco feirantes? Eu pretendo que a Câmara faça melhorias, de forma a atrair mais feirantes”, desabafa o Presidente da Associação, acentuando que o primeiro evento organizado pelo MK Mákinas não coincidia com a realização da feira. E precisa que não está ligado a nenhuma força politica, o que o move são os interesses da agremiação que dirige, pensando recandidatar-se a um novo mandato, isto depois de ter conseguido assinar um protocolo com a autarquia que cedeu as antigas instalações da escola para instalar a sede da Associação.
Comentários no Facebook:
Hugo CoutoBoa tarde vendo estes comentários tenho que respeitar, mas podendo não concordar, vou deixar a minha opinião enquanto habitante da aldeia de São Simão. Sou apologista que se mantenham as tradições, mas sabendo que estamos sempre em contínua mudança, temos de seguir os tempos.Sabendo que os últimos anos a feira realizou-se no ultimo fim de semana de Outubro e este ano o ultimo e antes do dia 28, portanto, acho que não tinha lógica festejar o dia de São Simão antes!!!!A gente não festeja o dia de anos antes, pois não? E sempre no dia ou depois.Sabemos que o dia 28 cai numa segunda-feira, compreendo-se que a feira se realiza se nesse dia, se fosse o contrário, não havia pessoas nem feirantes.
Eugénia Correia
Com as mudanças só acabam com as tradições mais depressa! Qualquer dia deixa de ser Tábua e mudam lhe também o nome! É bonito ver em outros pontos do país que as pessoas mantêm as tradições tal e qual como eram há muitos anos atrás! Realmente as feiras de S. Simão e S. Martinho há muito tempo que deixaram de ser feiras desde que foram proibidas a venda de carnes nos carros e a coinfecção dos torresmos ! Enfim, tristes !!! Tantas exigências para coisas que não se justifica, e para o que devia haver não há.
Marília Seguro
Penso que a Câmara devia ter registado que a feira se realiza a 28 de Outubro, e fazia todo o sentido, pois a data coincide com o dia do Padroeiro da nossa aldeia.Há uns anos atrás, não sabendo eu a razão, mudaram para o último fim-de-semana de Outubro!!! Já agora também gostaria de saber porquê???Hoje para meu grande espanto, sem mais nem menos, a Câmara Municipal de Tábua comunica pelo Facebook que a dita feira passa para 2 de Novembro, dia de Finados. Reparem que esta alteração é transmitida a 15 dias do evento.Para mim é inaceitável, só vejo bem escolhido o dia de Finados, pois parece que a Câmara de Tábua, quer mesmo finar uma Feira tão antiga e com tanta tradição como era a feira dos Torresmos, das Castanhas, e das Nozes, etc, etc!!!Noutros Municípios, fazem um esforço para que renasçam as tradições o artesanato, tudo o que cada região tem de melhor. Aqui, na minha aldeia, o que vejo é o contrário!Aguardo que venha um esclarecimento da Câmara para entendimento do povo.
Paulo Cunha
Até calha bem ao outro dia de um feriado, está cá mais gente, porque vêm ao cemitério ver as campas.
Marlene Costa
Só acho que deveria ser realizada em outubro, como sempre foi. Antes tinha data fixa, era sempre nos dias 28 ou 29, independentemente em que dia da semana calhasse, se não estou errada. Com o passar dos anos, começou a realizar-se no último fim-de-semana do mês de outubro… e agora querem em novembro.
Maria Neves
Há tradições que não se deviam estragar, esta é uma delas, pois desde sempre foi no dia 28 e era sempre uma grande feira. Porque se estraga o que está bem?…
João Pereira
Não percebo os motivos de tanta confusão. Antes era durante a semana, mas antes o tipo de trabalho era outro. Estão a ver os Aquinos a fechar para o pessoal ir à feira? Ou os trabalhadores perderem um dia e o prémio de assiduidade para ir à feira? É que são eles os grandes empregadores da zona. Mudar para o fim- de-semana, tal como o São Martinho, foi a melhor decisão, lógico. Se mesmo assim cada ano tem menos gente, imagino durante a semana. Em outubro, vejam o calendário, era antecipar a data, choviam críticas na mesma. Assim até tem a vantagem de ser um fim-de-semana com muita gente a vir de fora. É mesmo vontade de criticar por criticar.
Texto e Fotos : José Leite
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