PATRÃO DA EMPRESA PARCEIRA ESTRATÉGICA DO MUNICÍPIO DE TÁBUA FOI ESTA SEMANA ACUSADO DE CORRUPÇÃO PELO MP NO PROCESSO EDP TERÁ CORROMPIDO O EX-MINISTRO DA ECONOMIA, MANUEL PINHO
O Grupo Greenvolt inaugurou no passado dia 10 a Central Solar Fotovoltaica de Tábua, em São João da Boa Vista, num investimento de cerca de 40 milhões de euros. Este projeto pretende, segundo os seus responsáveis, ser um importante aliado na transição e independência energética de Portugal, contribuindo ativamente para o cumprimento das metas climáticas assumidas pelo país no contexto europeu e tem capacidade para abastecer até 60 mil famílias. Conta com 90 mil painéis solares fotovoltaicos e a capacidade instalada é de 48 MWp, permitindo gerar mais de 60 GWh/ano de energia verde.
“É um orgulho imenso estar aqui na inauguração daquele que é o primeiro projeto de geração de energia renovável grandes dimensões da Greenvolt em Portugal”, referiu João Manso Neto, o CEO da Greenvolt, acentuando que “esta Central representa um forte investimento por parte do nosso Grupo no País, mas particularmente na região Centro e no concelho de Tábua, sendo um contributo para a imprescindível transição e para a independência energética”.
João Manso Neto salientou que o projeto foi “difícil de fazer”, mas que contou com todo o apoio necessário para a sua prossecução. “É um gosto estarmos aqui em Tábua que nos deu todo o suporte. Mostra o empenho do Município no desenvolvimento do concelho”, acrescentou o responsável do Grupo.
Ricardo Cruz, Presidente da Câmara Municipal de Tábua, aplaudiu a intenção manifestada pela Greenvolt de “ficar” no concelho de Tábua com a implementação de “pequenos projetos”, que “somados fazem grandes projetos”.
“Sem dúvida que este é o futuro”, observou. E o autarca precisou que o Município “está empenhado no avanço de políticas em termos de energias renováveis no nosso Município”.
Sublinhe-se que João Manso Neto é arguido no processo do Ministério Público que investiga um alegado favorecimento da EDP pelo antigo ministro da Economia, Manuel Pinho. Em recentes declarações ao semanário “Expresso” diz estar seguro de que irá ganhar em tribunal, se o processo não for arquivado.
Este processo arrasta-se há quase 12 anos nos tribunais e conheceu esta semana novos desenvolvimentos, após o MP ter acompanhado acusação, pretendendo levar os arguidos a julgamento. Nasceu devido às suspeitas de favorecimento do Governo, na altura de José Sócrates, à EDP. Com o decorrer da investigação, várias outras suspeitas foram surgindo, como a dos subornos superiores a cinco milhões de euros de Ricardo Salgado, ex-líder do BES, a Manuel Pinho, à data ministro da Economia de Sócrates. O processo acabou por ser dividido em dois: este relativo a Pinho, Manso Neto e Mexia; e o segundo relativo a Pinho e Ricardo Salgado, ex-líder do BES, que já se encontra na fase de julgamento.
O caso está relacionado com os CMEC (Custos para a Manutenção do Equilíbrio Contratual) e o eventual favorecimento da EDP, no qual Mexia e Manso Neto são suspeitos de corrupção e participação económica em negócio para a manutenção das rendas excessivas, no qual, segundo o Ministério Público, terão corrompido o ex-ministro da Economia Manuel Pinho e o ex-secretário de Estado da Energia Artur Trindade. Em causa estão benefícios de mais de 1,2 mil milhões de euros alegadamente concedidos por Manuel Pinho à EDP, entre outubro de 2006 e junho de 2012.
Mexia foi constituído arguido a 2 de junho de 2017, na sequência de buscas à EDP. Tal como Manso Neto, antigo administrador da elétrica, é suspeito de quatros crimes de corrupção ativa e de alegados subornos ao antigo ministro Manuel Pinho (Governo Sócrates), ao ex-diretor-geral da Energia Miguel Barreto (que, recorde-se, chegou a deslocar-se a Tábua para promover esta central agora inaugurada) e a João Conceição, antigo consultor de Pinho no Ministério da Economia e atual administrador da REN.
A Greenvolt é uma antiga parceira da ALTRI (a empresa que anda a espalhar grandes manchas de eucaliptos por todo o concelho de Tábua – foi numa destas plantações, numa encosta em Vila do Mato, que ocorreu a tragédia que culminou na morte de três bombeiros de Vila Nova de Oliveirinha). É agora detida maioritariamente pela empresa norte-americana KKK, que já assegurou desde maio deste ano o controlo de quase 79% do seu capital e tem um valor de mercado superior a 1,1 mil milhões de euros.
A Greenvolt é também uma das parceiras estratégicas do Município de Tábua, tendo custeado a instalação das torres elétricas no Estádio Municipal as quais chegaram a colapsar no dia da inauguração.
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