JOSÉ OLIVEIRA, UMA VOZ DE UM TABUENSE SEMPRE ACUTILANTE:

“PELA PRIMEIRA VEZ HÁ UM SOCIALISTA A GOVERNAR, NÃO É UM TRAVESTI POLÍTICO, MAS O MANDATO TEM SIDO MORNO”

O misto de desabafo e revolta de José Oliveira, quando na sexta-feira, 6, bateu com o nariz na porta no Centro de Saúde de Tábua, serviu de mote a esta entrevista a um homem que continua a gozar de grande popularidade no concelho, antigo deputado municipal e coordenador da CDU local:

 “Mandaram-me aqui para tirar  estes pensos, conforme pode ler nestas guias para fazer o tratamento, depois de ter sido submetido a uma recente operação em Coimbra, e o que vejo é este escândalo: dizem aqui num cartaz que fecham esta unidade às sextas por que não há médicos, e então, os enfermeiros também aproveitam para sair mais cedo de fim-de semana. Parece que já vai sendo um costume aqui em Tábua: hoje também fui às Finanças e a tesouraria também fecha da parte da tarde, a partir das 14 horas. Como é que este concelho pode avançar se tratam o cidadão/contribuinte desta forma. É o país e a Câmara que temo

  Visivelmente mais magro em virtude da operação a que recentemente se submeteu, ainda a recuperar da grave doença, José Oliveira ainda não perdeu a força e a tenacidade que sempre seu mostras em defesa do interesses da população. “Este Centro de Saúde ainda existe, em grande parte devido às manifestações que a CDU fez aqui e a tarja pano que aqui se encontra colocado é sinal exemplo que essa luta é para continuar”, acrescenta.

 Está-lhe na alma esse seu permanente sobressalto, que assumiu ao longo de várias décadas, como vigilante e critico e, quem sabe, voltar à luta noutras situações, pois nesta conversa, defende a criação de um grupo de cidadãos independentes, “não interessa a que ideologias estejam ligados”, para tirar Tábua deste permanente sufoco em que vive. ”Mais vale um independente bom do que um travesti politico”, frisa, chegando a obra fantástica que o independente Isaltino Morais tem feito em Oeiras.

  ”Defendo esse movimento como única forma de não ter de sustentar este permanente clientelismo em que o concelho mergulhou”, sublinha, mostrando-se disposto a integrar uma força desse tipo, que seria uma novidade no espetro político tabuense em termos de eleições autárquicas. Recorda que, em 2011, esteve para acontecer uma coisa desse tipo, ainda era vivo o irmão, Carlos Santos , o então líder da concelhia do PSD.

  E releva alguns dos êxitos obtidos quando foi eleito deputado municipal pela CDU, “foram quatro anos de trabalho, nunca faltei a nenhuma reunião e nas eleições seguintes faltaram apenas dois votos para eleger um segundo deputado e treze termos um vereador, passamos de oitenta para perto de quinhentos votos”,

  E sobre o panorama atual do concelho, sublinha: “A nossa terra – eu chamo nossa porque também é minha, é aqui que tenho propriedades e família, é aqui que pago os meus impostos – tem tudo para melhorar. Por exemplo, com tão belas paisagens acho que tem de se apostar mais no Turismo. Há anos que defendo que se deveria criar um passeio pedonal à beira do Mondego, desde o Rio de Cavalos, passando por Ázere, Covelo, Mouronho, seria extraordinário para atrair um grande número de turistas.E um outro percurso junto à Ribeira de Tábua, um projetyo que nunca avançou.

  ”Para as pessoas combaterem o stress, principalmente aqui na sede do conceho, seria fant+ásrtico as pessoas poderem caminhar numa zona verde, ouvindo a água, ouvindo as rãs, ver os peixes, não pode ser só espalhar alcatrão por todo o lado”, sustenta o nossos entrevistado, que estranhou, a propósito, que a fonte da Praça do Tribunal esteja vezes sem conta sem jorrar água.

 “E convinha pôr de lado ideias estúpidas de criar uma zona de desporto junto ao Intermarché e à central de camionagem, com as pessoas sujeitas a sofrerem um acidente  e a  terem de levar permanentemente com oe escapes dos veículos, não sei quem teve essa brilhante ideia no atual executivo para potenciar a atividade fítica dos tabuenses”,frisa, em tom irónico .

  Sobre a vertente cultural, Oliveira defende que deve haver um maior apoio do Município às festas dos santos populares em todas as freguesias de “forma a  honrar essas tradições que o povo gosta e que fazendo com que os nossos emigrantes se sintam bem e voltem sempre, que não se desligassem da nossa terra”. E propõe mesmo que a Câmara elaborasse todo os anos uma agenda/roteiro dessas festejos, divulgando-as no Facebook da própria edilidade. “Em vez de se gastar milhares com a FACIT com artistas pagos a peso de ouro porque não contratar outros de menor nomeada e levá-los a participar nessas festas das freguesias…”, diz.

  Não dever a fornecedores, pagar as dívidas às freguesias e associações e criar formas de motivação para os trabalhadores municipais, foram outras ideias explanadas por José Oliveira.

 E sobre a propalada monstruosa dívida do Município, que o pode impedir de fazer mais investimentos, José Oliveira lembra a obra do Eng.º Barata Portugal: “Com pouco dinheiro, modernizou Tábua, foi um grande progressista para o concelho”.

   Sobre o atual executivo, liderado maioritariamente pelo PS, Oliveira refere: “Tinha esperança que as coisas pudesses melhorar, pois pela primeira vez, a Câmara é liderada por um socialista e não por independentes ou um travesti político. Este mandato tem sido morno, não se veem grandes projetos.É que  o PS tem-nos habituado a que, de quatro em quatro anos, criava um mamarracho em Tábua, como aconteceu com o Centro Cultural que estragou por completo o Jardim Sarah Beirão. Estou muito preocupado porque essa obra eleitoralista ainda não surgiu”.

 E alerta para o risco que Tábua corre de perder um vereador na próximas autárquicas, devido à crescente desertificação. “O que eu acho é que se tem gasto rios de dinheiro na manutenção dos jardins, para dar uma aparência de que o concelho está mais bonito. Mas isso acontece na sede e não nas aldeias, que continuam ao abandono, com muitas casas em ruína”.

  E, Jã no final elogia o monumento ao 25 de Abril erguido na Carapinha, ”uma obra de homenagem a uma data histórica que agradou a este velho dinossauro comunista”, lembrando que em Tábua sempre houve muitos caciques, ”eu próprio fui perseguido… veja que me ardeu quase tudo no incêndio  de outubro de 2017 e não recebi qualquer indemnização. Mas isso faz-me viver, faz-me lutar”.

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