Toy a “O Tabuense”: “Voltei a um local onde já fui feliz”

As comemorações do Feriado Municipal encerraram com o espetáculo no CCT em que participou Toy e a Academia Artística do Município de Tábua.O artista foi bastante aplaudido e, no final, falou à nossa reportagem sobre as suas impressões desta atuação em Tábua … e não só.Começou por nos referir: “Voltei a um local onde já fui feliz, pois já tinha dado aqui um grande concerto. Agora foi uma cena diferente com a Academia, com estes jovens que se revelaram bons músicos. O investimento da Câmara neste grupo é um bom exemplo. É gratificante ver estes jovens na partilha do amor, no afeto, unidos pela música”.

Até um jovem de Ázere, o Diogo, com apenas nove anos, subiu ao placo para cantar com o Toy uma das suas músicas prediletas…

É verdade, foi espantoso ver que as pessoas dos 9 aos 99 anos conhecem as minhas músicas.

É uma longa carreira…Verdade, são muitos anos. Entrei em palco com 5 anos, tenho 61, é só fazer as contas.

Está a ficar mais sentimental, isso vê-se nas músicas.

Mas essa foi sempre uma minha característica. Sabe quantos anos tem o “Estupidamente Apaixonado”? Tem 28 anos. O “Mais e Mais” é de 1990, ou seja, tem 34 anos. Toda a minha vida gostei de cantar canções românticas. Neste tipo de concertos mais intimistas, aproveito para as cantar, é um ambiente que se adapta melhor do que nas romarias, em que as pessoas se querem divertir, cantar e pular.

Vai cantar até que a voz lhe doa?

Sim, só não quero ir para o palco e fazer aquelas figuras de urso, estar sem voz e fazer cenas tristes. Espero retirar-me na altura certa.

Mostra uma grande versatilidade. Recentemente, até deu um concerto em pleno avião, numa viagem para Punta Cana…

Verdade. Temos de inovar. Nessa viagem à República Dominicana, onde fui cantar no Palm Beach, em Punta Cana, aproveitei para correr o avião com a minha guitarra. Foi uma semana tramada: regressei e fui logo para Valença, Palma de Maiorca, Viana do Castelo e terminei em Palmela. Tudo numa semana. E agora em Tábua, com muito prazer.

Recordações de Tábua?O meu pai era de Mangualde, e nós passávamos aqui muitas vezes. E sempre tive mitos amigos nestas aldeias em redor. Embora tenha nascido em Setúbal, tenho também sangue beirão.

Uma proposta para o governo que acabou de tomar posse?

Baixar os impostos. Todos pagamos muitos impostos. Os políticos vivem teoricamente as coisas, mas não as conhecem na prática. Por exemplo, o IVA do meu automóvel não é descontado, por que é considerado um artigo de luxo, mas, para mim, é um instrumento fundamental de trabalho, pois farto-me de dar voltas e tenho de ter um bom carro, que faça meio milhão de quilómetros sem problemas. Só peço que não acabem com o Serviço Nacional de Saúde, porque há muita gente que não tem dinheiro para ir ao médico privado e que tentem que as escolas públicas sejam cada vez melhores, para evitar as desigualdades de oportunidades em que as crianças dos pais ricos têm melhores hipóteses de singrar na vida. E, já agora, que haja mais investimento na cultura. Tábua é um bom exemplo, ao criar uma Academia Artística Municipal onde os jovens praticam música em vez de andarem a fazer as porcarias que lhes comprometam o futuro. É uma forma de se socializarem de uma forma sã e isso é importante.

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