DO POMAR DIRETAMENTE PARA CASA

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A MAIOR PRODUÇÃO DE FRUTA BIOLÓGICA DO CONCELHO FICA EM SANTO AMARO

Em Santo Amaro, Midões, localiza-se uma das maiores plantações de fruta biológica do concelho, num terreno que tinha ardido em 2017.São cerca de dois hectares numa zona onde existia um olival, reconvertido para a produção de pessegueiros, paraguaios e nectarinas em modo biológico.

 “Trata-se da maior produção da chamada fruta de osso, ou seja, com caroço, destinada essencialmente para o mercado nacional, vendida na internet”, refere a “O Tabuense” o empresário e proprietário Nuno Pereira, frisando que ainda se trata de “uma produção pequena, por estar no segundo ano e que não tem chegado para exportação, é toda vendida cá”.

 Os preços praticados são mais baixos do que aqueles que encontramos nos supermercados, “a única diferença é que fazemos packs para entregar em casa dos clientes”.

  Sendo um empresário que produz frutas diversificadas – para além destes produtos biológicos em Santo Amaro, lembramos os mirtilos e framboesas na Venda do Porco, plantados numa extensa propriedade – questionamos Nuno Pereira sobre a atual situação do sector:

   “Estava a ser um ano muito interessante em termos de produção de fruta, e a água era suficiente. O que aconteceu é que esta instabilidade atmosférica verificada nas duas últimas semanas, com fortes chuvadas e queda de granizo em alguns locais, provocou problemas, especialmente ao nível de pragas. Apareceram muita lagarta e insetos, a mosca da fruta, o que levou a que tivéssemos instalado várias armadilhas para debelar essas pragas. Os pessegueiros racham, o próprio mirtilo fica mais mole. A colheita tem sido complicada por causa da chuva”.

   ” Mas a venda existe, há muita procura este ano”, garante empresário, destacando o facto de haver até pedidos do estrangeiro, da Líbia, da França, e até dos Emiratos Árabes Unidos para o envio de maçãs e peras, “em parte, resultante do trabalho que temos vindo a efetuar junto das principais feiras internacionais”.

   Nuno Pereira atribui essa procura a dois fatores: “O Covid veio alterar os hábitos alimentares com uma crescente procura dos produtos da terra, mais naturais, principalmente fruta, em vez de andarem a consumir produtos transformados que são muito mais caros. E depois tem a ver com a guerra na Ucrânia, que trouxe alterações no consumo, pois tratava-se de um país que era um grande produtor de fertilizantes, surgindo uma grande quebra, principalmente, na Europa e no Norte de África, que produz muita fruta. E não esquecer as próprias alterações climáticas que prejudicam os países grandes produtores, como é o caso da Alemanha e França. O calor tem queimado as frutas antes de as mesmas ficaram maduras. Ou seja, este ano estamos a ser mais protegidos, contrariamente ao que aconteceu no ano passado”.

  O produtor releva ainda que esta situação reflete o reconhecimento que em Portugal há bons produtos e “que podemos marcar a diferença no futuro, se houver investimento na agricultura, o que não tem existido”.

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