PERIGO EM MOURONHO BARRIL DE PÓLVORA NO MEIO DA POPULAÇÃO

“O Presidente da Junta tem que ter pulso e não ter medo de não agradar às pessoas todas”

“Está aqui o espelho do que é a freguesia. Uma vergonha!”, este o desabafo feito a “O Tabuense”  por um casal habitante em Mouronho, o Sr. António e a D Emília. Fartos de uma situação que os aflige, bem como a alguns vizinhos, chamaram o nosso jornal para denunciar um perigo que os ameaça, apesar de estarem constantemente a fazer limpezas. Não só a eles, mas outros proprietários que também têm terrenos na zona em questão.

De uma casa em ruínas completamente ao abandono, apesar de ter proprietário (emigrante no Canadá, com uma residência de férias em Mouronho), crescem em todos os sentidos e descontroladamente silvas, heras, árvores secas, etc. invadindo o quintal deles e dos vizinhos.

Falaram várias vezes com o Presidente da Junta, o qual, ignorando os reparos, nada fez. “Provavelmente porque seria cara a limpeza, não era com ele. Mas, como presidente, deveria saber impor-se e não ter medo de desagradar aos donos, que, pelos vistos, são ainda família. Deveria ignorar, no entanto, o grau de parentesco, ser isento e responsável e fazer cumprir a lei, motivo pelo qual foi eleito”, refere António.

Um perigo público no meio do povoado

Para apresentarem queixa na Câmara teriam que dar os nomes das pessoas cujo paradeiro desconhecem. Apenas sabem que o proprietário da casa em ruínas é conhecido por ser o “Canadiano” e dizem que até é capaz de estar cá de férias.

Numa altura em que se avizinha a época  de incêndios, é inconcebível este barril de pólvora ali no meio da povoação. ”É tudo casas antigas, se pega aqui o fogo pode acontecer uma tragédia como a que teve lugar em outubro de 2017”, frisam. Acrescentam que estão fartos de limpar a vegetação que invade o lado deles. Há um barracão e uma casa ainda mais próxima, estão admirados de os proprietários ainda não terem feito nada.

“A casa em ruínas, na parte que dá para a rua, já está quase toda no chão, portas, menos as paredes, e a vegetação cresce sem nada que a impeça”, sublinham.

Não querem arranjar problemas com o Presidente da Junta, mas, frisam,” ele tem que ter pulso e não ter medo de não agradar às pessoas todas”. 

Decidiram, em primeiro lugar, chamar o jornal “O Tabuense” e, caso seja necessário, tencionam recorrer à GNR da Lousã. Estão fartos de limpar, de conviver com aquele perigo diariamente, até de uma parreira de uvas tiveram que desistir, sempre abafada pela vegetação.

De uma casa em ruínas completamente ao abandono, crescem, em todos os sentidos e descontroladamente, silvas, heras, árvores secas

Questionam se os proprietários só o são para nome, não para assumir a limpeza daquilo que lhes pertence e que põe em perigo uma população.

E, na estrada que serve de cruzamento para Meda de Mouros, a invasão da vegetação é igualmente nítida. É caso também para perguntar se não deveriam ser chamadas as empresas de limpeza de vegetação urbana contratadas recentemente por ajuste direto pela Câmara para fazer este tipo de trabalhos na zona de Mouronho?….Perguntar não ofende.

Texto: Ana Loureiro

Fotos ; Manuel Pereira

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