Maavim vai pedir audiência para saber o destino dos apoios públicos anunciados por António Costa para a floresta

O Movimento Associativo de Apoio às Vítimas dos Incêndios de Midões (MAAVIM) vai solicitar à sétima Comissão de Agricultura e Mar uma audiência urgente para que seja esclarecido para onde são canalizados estes apoios públicos e porque ainda, no seu entender, continuam centenas de agricultores e empresas florestais sem qualquer apoio desde 2017. O anúncio foi feito hoje num comunicado em que aquela associação acusa o Primeiro-ministro António Costa de anunciar de forma enganadora um pacote de cerca de 12 milhões de Euros de apoio à floresta.

A MAAVIM diz que estes apoios ainda não foram entregues e na sua maioria já tinham sido anunciados pelo ministro Capoulas dos Santos em 2019 pela altura da campanha para as Legislativas”. “Muitos desses equipamentos continuam desde 2019, sem estarem em funcionamento e sem o uso devido para a anunciada manutenção da floresta que deve ser feita durante o Inverno”, explica. “Desde 2017 que assistimos a anúncios atrás de anúncios para lutar contra o abandono da floresta e do território, para evitar incêndios, não havendo medidas directas para quem limpa e quem realmente trata do território e da floresta”, assinalam, questionando para quando serão anunciadas medidas de apoio para as pessoas e populações que estão no território e lutam diariamente contra o abandono do território, da agricultura e da floresta?”, sublinha..

O movimento lembra ainda que se o maior problema é a falta de recursos humanos, porque não investir neles.”Já estão no território, antes que o abandonem, em vez de se continuar com a propaganda de comprar equipamentos para organismos que não os usam, pois nem recursos humanos têm…”. “Serão as ‘cims’, que não têm qualquer experiência na floresta, que vão usar os equipamentos florestais ou as populações e respectivas autarquias locais (ditas freguesias)? Como é que se pode dizer que as zonas de maior procura estão no Algarve ou no Norte, quando a maior zona florestal e com declives mais acentuados está situada na zona Centro?”, questionam.

Lembrando que também foi anunciado um investimento de sete mil milhões de Euros até 2030 na floresta, a Maavim considera que seria importante saber “quando recebem os lesados dos incêndios de outubro de 2017 ajudas para a reposição do potencial produtivo florestal perdido em 2017? Quando é que recebem apoio para a reposição das alfaias agrícolas e florestais perdidas em 2017? Quando é que recebem os apoios para as perdas agrícolas e florestais de 2017? Quando é que se deixam de plantar eucaliptos e se deixa continuar a crescer acácias por todo o lado, sem qualquer limpeza florestal? Quando é que o Governo pensa em ajudar quem realmente trata o terreno e a floresta?”, rematam.

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