COLIGAÇÃO “CORAGEM PARA MUDAR” APRESENTOU QUEIXA ALEGANDO “IRREGULARIDADES GRAVES NAS ELEIÇÕES

TRIBUNAL CONSTITUCIONAL ANALISA

   A coligação “Coragem para Mudar”, do PSD/CDS-PP, vai procurar impugnar as eleições de domingo no concelho de Tábua. Os elementos da coligação alegam que o problema não está na contagem de votos e na sua validação, mas na forma como decorreu o processo eleitoral. O tribunal Constitucional irá decidir, o que poderá prejudicar adiar a  tomada de posse dos autarcas eleitos.

  Em declarações que prestou à TVI, o líder da coligação, Fernando Tavares Pereira, sublinhou o seguinte: “Não há dúvidas que existem indícios muito fortes para que as eleições sejam consideradas nulas e voltar a haver novo acto eleitoral. Não tem, a ver com a contagem dos votos, o problema foi o processo eleitoral que não correu com a devida democracia que tanto se apregoa neste país, mas que, na realidade, ela não existe neste concelho e noutros”, concluiu.

   “O Tabuense” apurou que algumas das irregularidades detetadas respeitam a situações ocorridas  junto às mesas de voto, nomeadamente, a presença de candidatos e membros das Juntas de Freguesia ainda em exercício. Em Tábua, por exemplo, foi referenciado que o candidato `à presidência da Junta de Freguesia, Francisco Pais, e o tesoureiro, recebiam  os cidadãos à entrada do edifício ( um facto que o jornalista que assina esta peça pôde constatar) onde estava a decorrrer o ato eleitoral. Vítor Melo, mandatário da coligação “Coragem para Mudar” sublinha ter “presenciado um casal idoso  que se dirigiu ao atual Presidente da Junta, dizendo “ a minha mesa para votar é a número 4, onde está o Sr.(…) conforme tinha dito”.

 Em Ázere e Covelo foi denunciado o facto da vice-presidente da mesa de voto, Sandra Sarmento, ter estado em constante movimento entre a mesa de voto e o exterior, tendo sido vista a dialogar com os cidadãos que estavam na fila à espera para votar. Chegou mesmo a  auxiliar um senhor que s exercia o seu direito de voto, apoiado por duas canadianas, pegou  nos seus boletins todos juntos e colocou-os de uma só vez na urna.

 Outra queixa respeitou ao facto de funcionários da Câmara Municipal, com o respetivo colete, que se dirigiram  ás mesas de voto espalhadas pelas freguesias para realizarem o transporte de pessoas para irem votar, o que é considerada uma ilegalidade.

 Um outro caso apontado terá ocorrido em Vila Nova de Oliveirinha, em que a escrutinadora, Paula Branco, deixava a mesa de voto com alguma frequência para ir telefonar para o exterior, contactando cidadãos que ainda não tinham votado e que ela tinha conhecimento por ser escrutinadora para que os mesmos viessem votar, fazendo referência a um determinado candidato. Vítor Melo afirma ter testemunhas disso.

   Em Tábua, Candosa, Ázere, Mouronho e Midões há cidadãos que relataram terem desistido de votar devido ao elevado tempo de espera em filas, ao sol, sendo atribuídas responsabilidades à organização do ato eleitoral. Igualmente denunciaram terem sido abordados por candidatos que apelavam e indicavam os motivos para votar neles.

 O Partido Socialista tornou publico um comunicado repudiando as posições assumidas pelos candidatos do PSD/CDS visando impugnar as eleições autárquicas, realizadas no último dia 26 de Setembro, alegando falta de democraticidade da eleição ” cujos resultados foram já, homologados pelo Tribunal”.

  “Como bem admite o cabeça de lista da coligação em causa, os votos expressos dão a vitória ao PS, e se encontram regular e validamente expressos, como se exige em democracia, pelo que os mesmos não suscitam dúvidas”, frisam os socialistas. acrescentando que “este partido teve vários delegados nas Assembleias de voto, onde não detectou, como o não fez a Assembleia Geral de Apuramento, quaisquer irregularidades que possam colocar em dúvida os resultados eleitorais, pelo que aguardaremos, serena e tranquilamente, a pronúncia do Tribunal Constitucional, que certamente, voltará a confirmar os resultados do sufrágio popular”.

Texto: José Leite

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