MÉDICO DA ASTRAZENECA EM JULGAMENTO MILIONÁRIO NO TRIBUNAL DE TÁBUA

D, FLORENTINA FIERRO VINA, HERDEIRA DA CASA DO ESPORÃO E DE DEZENAS DE OUTRAS PROPRIEDADES EM TODO O PAÍS, DIZ TER SIDO ENGANADA E PEDE A  ANULAÇÃO DOS CONTRATOS DE PROMESSA DE COMPRA E VENDA, SOLICITANDO AINDA UMA INDEMNIZAÇÃO DE 25 MIL EUROS A SER ENTREGUE A UMA INSTITUIÇÃO SOCIAL EM MIDÕES

Foi adiado o julgamento que era para ter início ontem, pelas 9.30 da manhã, em Tábua o que vai opor a senhora espanhola, Florentina Fierro Vina, familiar de Caeiro da Matta (Visconde do Vinhal, antigo ministro das Finanças do Estado Novo), a Hugo Gonçalves Gomes Silva, médico responsável da AstraZeneca que tem adquirido vários imóveis em Midões, depois de se intitular descendente de famílias nobres daquela localidade, tendo, contestado, inclusive, a designação de uma nova unidade hoteleira propriedade do empresário Nuno Tavares Pereira, caso que “O Tabuense” amplamente divulgou.

   “O Tabuense” soube que, nesta ação, D. Florentina Fierro Vina, que é descendente de uma família muito rica espanhola com ligações ao fundador do Banco Ibérico de Espanha, contestou a forma como Hugo Gonçalves adquiriu duas centenas de prédios rústicos e urbanos nos concelhos de Tábua e Oliveira do Hospital. Segundo fontes ligadas ao processo, sublinha ter sido vítima de má-fé e pretende que sejam considerados nulos os contratos de promessa de compra e venda. Um dos quais, respeita à venda da Casa do Esporão, em Midões, pelo valor de 250 mil euros quando existiam propostas de 700 mil euros pela mesma propriedade, Segundo a mesma fonte, da Casa do Esporão terão sido já retirados, para parte incerta, vários objetos que pertenciam ao espólio dos Viscondes do Vinhal ( o Eng.º Basílio Caeiro da Matta e o Prof. Dr. José Castro da Matta), isto apesar das dúvidas que subsistem sobre a sua titularidade, pois D. Florentina Fierro sempre argumentou que se tratam bens da família que queria preservar , pois para além do seu alto valor,  têm para ela  uma grande importância sentimental.

     A Senhora espanhola, com 89 anos de idade, alega fragilidade emocional e de saúde, desconhecimento da língua portuguesa que lhe permitisse ficar a par do conteúdo dos documentos quando lhe foram dados a assinar os contratos de promessa de compra e venda das suas propriedades, o que terá ocorrido nos primeiros dias de janeiro de 2018.Segundo uma fonte ligada a D. Florentina Fierro, que testemunhou pormenores sobre esse ato, o médico surgiu em sua casa em Madrid acompanhado de duas advogadas, levando um computador e uma impressora, prontos a fechar o negócio… sem a presença da representante legal da herdeira em Portugal, a advogada Sandra Correia, que viu, nesse mesmo dia, ser revogada essa sua procuração como representante legal da sua cliente espanhola.

  ”A Senhora assinou inúmeras folhas debaixo de uma grande tensão e descontrolo absolutos sem que tivesse estado presente um tradutor, o que pode ser considerada uma ilegalidade”, frisou-nos a mesma fonte. Esta igualmente faz menção ao facto de D. Florentina não ter sido informada das consequências legais que essas assinaturas poderiam acarretar, uma vez que já existiam anteriormente prédios vendidos e terceiros e que teria que dar direito de preferência aos confinantes. No final, e segundo a mesma fonte, foi dado um envelope com 30 mil euros em numerário a D. Florentina Fierro Vina. No dia seguinte, a Senhora recebeu um telefonema da caseira da Casa do Esporão comunicando-lhe que estavam a ser recolhidas todas as chaves das entradas da propriedade e que o titular agora era outro.   

   Sentindo-se humilhada na sua honra e enganada, tendo mesmo desabado junto de pessoas das suas relações que foi vítima de má-fé da parte de uma pessoa em quem confiou, D. Florentina Fierro Vina solicitou, para além da anulação dos contratos de promessa de compra e venda dos seus imóveis, que o Tribunal condene o réu Hugo Gomes da Silva ao pagamento de uma indemnização nunca inferior a 25 mil euros, valor que deverá ser entregue a instituições de solidariedade social em Midões, em honra e memória dos seus familiares.

Texto: José Leite

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