A OPINIÃO DOS PARTIDOS SOBRE A FACIT 2025

LUÍS MADALENO (CHEGA): A INSUSTENTÁVEL LEVEZA DO(S) EURO(S)… E A LIGEIREZA COM QUE SE GASTAM
DINHEIROS PÚBLICOS…

FACIT! Pois… a Feira Agrícola, Comercial e Industrial de Tábua. A de 2025… E a(s) fatura(s)… quem a(s) paga? Ora, segundo consta, rondarão os €282.350,82 (+ IVA 6%). Será? Mais será certamente… Uns chamam-lhe investimento (s) outros chamar-lhe-ão gastos exagerados. Parece-nos que esta segunda opção será a leitura mais adequada.
A promoção de todas as atividades económicas, empresariais, industriais e turísticas é importante (e deve ser feita) em todos os municípios, com festas/feiras ou sem elas. No entanto, gastar muito, quando existem outras necessidades no concelho que não estão garantidas nem acauteladas, não pode ser normal nem correto. Normalizam-se custos para alcançar todos os propósitos, mesmo que tais gastos condicionem cada vez mais as contas públicas municipais, que já se encontram em péssimas condições.

O executivo da Câmara Municipal de Tábua, na prossecução das suas atividades e planos, entende que deve despender os valores acima indicados, com um certame que dura cinco dias. Mantém as pessoas animadas, ocupadas e felizes (ou talvez não), com um programa de festas “maravilhoso”, rico em artistas locais e artistas nacionais (do Minho ao Alentejo), que promete trazer muita e diversificada animação e distração, e passamos a citar: com noites “memoráveis” e “mágicas”, “marca os amigos, prepara a família e vem viver o melhor de Tábua na FACIT 2025!” e terá um “encerramento de luxo”.

Enfim… Fazer feira e festa, com custos elevados, parece ser o mais importante e urgente! Vá-se lá saber porquê?
Toda esta realidade (vivida, presenciada, assistida) seria muito mais interessante, e até diríamos sensata e aceitável, num município com contas equilibradas, que paga a quem deve (a tempo e horas), um “Encanto das Beiras” com os serviços, espaços e equipamentos públicos a funcionar em pleno, cuidados, conservados, funcionais, limpos, com a satisfação dos seus munícipes e com a admiração de quem nos visita (Ah… que bonito, que cuidado. Estes sabem gerir bem as contas públicas. O povo está satisfeito. Que bom… Recomendável exemplo a seguir… Que “encanto”!).
Fica uma sugestão para quem a quiser ver, ouvir e, eventualmente, seguir: controlem-se os gastos, controlem-se os ímpetos. Ou então o futuro não será, de todo, risonho.

TÂNIA PEREIRA (PSD): “MUNICÍPIO DEVE VOLTAR-SE PARA AS REAIS NECESSIDADES DA POPULAÇÃO”

A FACIT é um evento anual ao qual a população de Tábua já se habituou. Trata-se de uma feira onde empresas e particulares do concelho apresentam os seus trabalhos e serviços — o verdadeiro ponto alto do certame. Os espetáculos musicais, embora complementem o evento, deveriam ter um papel secundário.

Contudo, não é justificável que o município de Tábua invista valores tão elevados nestes espetáculos, especialmente quando há tantas outras necessidades por suprir no concelho. Não faz sentido, pelo menos nesta fase, tentar comparar esta feira com as de concelhos vizinhos, que, mesmo enfrentando problemas semelhantes ao do nosso concelho — como a persistente falta de saneamento em algumas localidades —, oferecem à população parques verdes de grandes dimensões, zonas de lazer e várias praias fluviais, promovendo assim bem-estar e permanência no concelho pelos que aqui residem bem como dos que nos vêm visitar.

É importante recordar que, durante este mandato, muitas freguesias foram negligenciadas, como a limpeza de caminhos e estradas feitas tardiamente, estradas degradadas, não existência de passeios ou bermas que possam ser usadas por caminhantes — algo que, lamentavelmente, ainda acontece, mesmo em tempo de eleições quando nos vamos habituando que é a época da execução de obras.

O município deve, acima de tudo, voltar-se para as reais necessidades da população, promovendo o lazer e a qualidade de vida durante todo o ano, e não apenas numa feira anual. Isso passa por apoiar as associações locais, festas e romarias, mantendo vivas as tradições e descentralizando os espetáculos musicais por todas as freguesias. Deve-se também aproveitar melhor os recursos naturais, como os rios, que atravessam grande parte do concelho, criando praias fluviais, zonas balneares e outras zonas de usufruto público — medidas que seriam, além de mais sustentáveis, bem menos dispendiosas do que as atuais opções seguidas pelo município.

Pese embora venha o Município justificar as contas, após o evento, é necessário dar a saber que se encontra ainda em divida com fornecedores e que os valores que usou para o pagamento deste certame provêm de fundos, ou seja, dinheiros que vão fazer falta quando estiver a executar os projetos das candidaturas que foram aprovados.

Mais importa referir que os 300.000,00€ estão aquém da verdadeira realidade, pois neste valor não estão incluídos os salários dos funcionários do município que irão estar a exercer funções nestes dias, quer nas limpezas como na restante logística (deixando de exercer as funções que lhes são adstritas), despesas de água e eletricidade, entre outras despesas.

No entanto, deseja-se que seja um bom certame, que tudo corra bem, mas que se deverá sempre ter atenção aos custos em prol da sociedade, porque Tábua não existe só em dias de festa mas durante o ano todo, nem existe só de 4 em 4 anos.

RICARDO CRUZ (PS): “INVESTIMENTO ENCONTRA-SE PLENAMENTE JUSTIFICADO”

O PS de Tábua considera que o investimento do Município de Tábua na organização da FACIT, enquanto importante mostra do tecido empresarial do nosso Concelho, assim como espaço de dinamização Cultural, se encontra plenamente justificado.

Os impactos que têm sido obtidos destes investimentos são notórios e visíveis em termos de projeção do Concelho na Região e a nível Nacional, atraindo a Tábua milhares de pessoas, assumindo-se atualmente a FACIT como a 2ª mais importante mostra económica da Região de Coimbra, com cerca de uma centena de expositores que demonstram a vitalidade empresarial do Concelho e a sua importância no contexto regional.

O investimento efetuado num Certame com a qualidade e notoriedade da FACIT tem custos associados para a sua Organização, aos quais há que subtrair as receitas inerentes à bilheteira, aos stands e aos patrocínios, pelo que o investimento a cargo do Município nada tem a ver com o valor global de 300 mil euros.

O PS de Tábua reitera a sua TOTAL confiança no Executivo Municipal, que tem cumprido com o compromisso que estabeleceu com os Tabuenses e que a par de um forte investimento em diversas áreas ao longo destes quase 4 anos de mandato com investimentos efetuados e/ou em fase de implementação, que rondam os 20 milhões de euros, conseguiu reduzir a dívida do Município em 2,2 milhões de euros, os pagamentos em atraso no montante de 1,2 milhões de euros, sendo que é pública a informação de que no próximo dia 16 de julho, Dia Municipal da Coesão, terá liquidada a totalidade da dívida às Juntas e União de Freguesias quem em Dezembro de 2021 ascendia a 920 mil euros.

É com um compromisso entre responsabilidade, rigor e visão de futuro que avançamos juntos na construção de um Concelho de Tábua mais moderno, com mais progresso, mais coeso e com melhor qualidade de vida, sendo atualmente um território de referência em toda Região e no próprio País.