Este PDM será uma ferramenta para melhorar a ocupação do território ou um meio para o abandonodo território rural?
Há poucas semanas, ouvíamos as autoridades locais a falar de ordenamento e que os incêndios eram uma boa oportunidade para organizar o território.
O que acontece com o novo PDM de Tábua, que vem com pelo menos 20 anos de atraso, é um verdadeiro atentado e contradiz tudo o que foi dito. Em resumo, impossibilita a construção fora da sede de concelho e altera muitos terrenos urbanos para rústicos. Ao invés, transformou muitos locais que anteriormente eram rústicos, magicamente em urbanos.
Mas isso só é pouco, pela análise rápida e muito limitada que podemos fazer. Temos por exemplo, equipamentos, como é o caso do campo de futebol da Vila do Mato assinalado numa zona Agrícola e o de Candosa numa zona Florestal. Mas existem mais gravidades num plano que estará em vigor durante algumas décadas.
E digo décadas porquê? É que, como devem ter percebido, existe um trajeto do ic6 que atravessará o concelho em cerca de uma dezena de quilómetros. A única saída prevista é entre Vila Chã e São Geraldo onde o traçado proposto está a fazer uma curva muito acentuada alterando o PDM agora em discussão. Mas isso tem outras transformações, porque essa saída importante servirá muitas freguesias e povoações do concelho de Tábua, que o próprio relatório indica que acarretam investimentos nos seus acessos, neste caso a Midões e Venda da Esperança. Não deveria o Município criar já zonas de comércio/serviços, bem como de apoio a esses acessos, para que, no futuro, não se andem com problemas para alterar o PDM?
Não deveria o Município promover reuniões em todas as freguesias para explicar todas as alterações que o PDM vai trazer?E qual o motivo pelo qual o PDM valoriza a construção na vila de Tábua, registando uma zona histórica, que não tem mais de 100 anos, eliminando outras zonas históricas com mais de 100 anos nas outras localidades que outrora fizeram o concelho de Tábua existir? Porque não delimita o PDM a zona de possível extração mineral em reserva ecológica para impedir o seu avanço?
Este PDM será uma ferramenta para melhorar a ocupação do território ou um meio para o abandono do território rural?Posso dizer até que, com a pressão da procura de recursos minerais no concelho e de floresta (diga-se, eucalipto), o mesmo vai ficar preparado para se alterar por completo para um verdadeiro barril de pólvora, com uma vila no meio para manter os serviços a funcionar, anulando o crescimento de todas as outras povoações do concelho.
Também a mesma zona de comércio/serviços deveria estar acautelada na futura EN342 junto ao Alva. E o turismo? Onde ficam criadas zonas de crescimento turístico, como zonas de caminhada, de apoio a embarcações de pequeno porte, de criação de praias fluviais e zonas de lazer, de florestas autóctones, etc, etc e tal.
Talvez, num futuro muito próximo, as provas e eventos a organizar no concelho de Tábua só possam ser feitas na zona com reserva Ran e Ren com painéis solares.
Fomos vendidos a custo 0. Esta poderia ser uma forma de estruturar o concelho para os próximos anos, mas não deixará de ser mesmo só uma hipótese desperdiçada.
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