PISOS DEGRADADOS, ALDEIAS A SOFRER DO MAU SANEAMENTO BÁSICO, LIXO NUM CAMPO DE FUTEBOL, VEGETAÇÃO A INVADIR AS BERMAS.UM CONCELHO QUE ANDA A DUAS VELOCIDADES
Há dois mundos completamente distintos em Tábua: o da sede da vila, onde os investimentos camarários se multiplicam, com o asfaltamento e embelezamento de jardins para encher os olhos a quem nos visita, ao mesmo tempo que se gastam rios de dinheiro em espetáculos com artistas pagos a peso de ouro. E há um outro mundo, o do desencanto, o das aldeias que vivem sem saneamento básico e com o povo sobressaltado com os maus cheiros provenientes desse deficiente tratamento de resíduos, em cujo redor se multiplicam lixeiras. E há também as estradas esburacadas ou com graves deficiências na sua estrutura, pondo em risco a segurança de quem nelas transite, rodeadas de vegetação, que ameaça tornar-se num autêntico barril de pólvora em caso de um fogo que nelas grasse, sinal que, volvidos sete anos após a grande tragédia incendiária, os poderes públicos não aprenderam a lição.
E um pouco disso tudo que aqui reportamos através desta foto-reportagem que não deixa dúvidas….pois há imagens que valem mais do que muitas palavras. E damos ainda conta da reivindicação de alguns azerenses sobre o mau cheiro dos esgotos cujo tratamento é deficiente…ou inexistente, e que os levou a apresentar uma petição de revolta junto da Câmara Municipal, pois os protestos há anos que se arrastam e não são ouvidos nos Paços do Concvelho. E há também um antigo campo de futebol em Várzea de Candosa transformado em lixeira, poluindo o meio ambiente e os lençóis freáticos.
Encanto das Beiras, como propala a propaganda camarária ou Desencanto das Beiras, é o que nos leva a questionar o futuro queremos para Tábua? Um futuro harmonioso em todas as suas vertentes, com ações governativas equitativas que visem o bem-estar de todos, em que não há filhos e enteados, ou a perpetuação de políticas que se centrem na sede da vila, abandonando à sua sorte as aldeias? A ideia que fica é que vivemos num concelho que anda a duas velocidades…
CAMPO DE FUTEBOL TRANSFORMADO EM LIXEIRA
O campo de futebol de Várzea de Candosa, situado no Outeiro de Santo Amaro, está transformado numa enorme lixeira. Apesar dos esforços da Junta de freguesia de Candosa na remoção deste lixo, os abusos continuam, por falta de civismo. O campo há muito tempo que não é usado para a prática do futebol, mas muita gente prefere fazer as caminhadas nas cercanias deste local, por vezes até com crianças pequenas, afastados da estrada por razões de segurança. Situado entre Várzea e as Barras, os caminhos florestais que lhe servem de acesso são preferidos. Também nas proximidades, há casas e passear por ali e deparar com este espetáculo não é muito agradável. E quando deixam no local animais mortos, cujo cheiro nauseabundo empesta o ar ao entrarem em decomposição, torna tudo pior.
Se o local municipal próprio para este tipo de lixo não fica muito distante e tem melhores acessos, porque continua este crime ambiental? Dá trabalho fazer a triagem? Enquanto não houver respeito pela natureza, respeito pelo trabalho dos outros e falta de consciência, será que se vai indefinidamente continuar a assistir a estas lixeiras? Além de representar também um perigo de risco de incêndio, num dia de sol basta uma garrafa de vidro como ignição para um incêndio, que poria em risco a vida e as casas de quem vive perto, já que o campo está rodeado de pinhais com mato altíssimo e eucaliptais
RESIDENTES EM ÁZERE PROTESTAM POR CAUSA DOS “CHEIROS AGRESSIVOS” E ENVIAM PETIÇÃO PARA O PRESIDENTE DA CÂMARA
“O Tabuense” teve acesso a uma carta enviado ao Presidente da Camara, na qual residentes em Ázere “renovam as suas reclamações”, sentindo-se prejudicados na sua saúde e bem-estar devido aos “cheiros agressivos derivados da instalação do saneamento municipal”, os “quais se têm mantido de ano para ano sem que se note quaisquer resultados ou tendência de melhoria”.
Referem que este cheiro se concentra na Av. Casa Moura e que chega a “danificar os objetos metálicos no interior das residências”, isto apesar das comunicações anteriores da Câmara informando que o “problema estava em vias de resolução, o que não se confirmou”.
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